O astronauta estadunidense Chris Cassidy sanou uma recorrente dúvida sobre a rotina de viajantes espaciais: como é utilizar o banheiro no espaço. Em vídeo, Cassidy demonstra como é o processo de fazer “o número 1” e “visitar o trono” durante as missões, bem como algumas curiosidades relacionadas a isso.
Os astronautas têm um espaço reservado na estação espacial para atender às suas necessidades fisiológicas: é o Waste e Hygiene Compartment (WHC). Esse ambiente é composto de uma cabine totalmente fechada, apertada e localizada próximo dos equipamentos de exercícios físicos — como a esteira e a máquina de levantamento de peso.
Toda a experiência está longe de ser confortável. O astronauta deve atender a suas necessidades em partes, a urina é feita em um tubo anexado ao Urine Processor Assembly, uma unidade de armazenamento do líquido e reaproveitamento de água. Após habilitar a sucção através de uma válvula e gerar fluxo de ar, o astronauta deve liberar a urina com cuidado e depois higienizar a ferramenta para o próximo usuário.
Já para defecar, o processo é um pouco mais convencional. Ainda com o fluxo de ar habilitado, o astronauta deve se acomodar em um vaso sanitário e “efetuar o depósito” — como o próprio Cassidy descreveu — em um saco plástico, higienizar-se e selar a bolsa junto com os papéis higiênicos. Depois disso, é sua obrigação preparar o vaso sanitário com o plástico para usos posteriores.
Em casos de erros do equipamento, o astronauta deve interromper sua “atividade” para conferir o cartão de resolução de problemas disposto no WHC. O sinal mais alarmante, sinalizado pela luz vermelha, solicita que o astronauta entre em contato com a base na Terra para discutir os sintomas do funcionamento ruim e descobrir qual é a melhor solução para o problema.
Um banheiro “complicado”
Em 2008, os tripulantes de uma missão espacial encararam um defeito irreparável no WHC, no equipamento disposto na estação. A solução exigia peças que precisavam ser enviadas da Terra, coisa que levou cerca de 2 semanas para ser feito. Nesse meio tempo, os viajantes precisaram utilizar um sistema alternativo que logo alcançou sua capacidade máxima.
Outra ocasião, em 2019, foi durante a instalação da cabine dupla em preparação para o UWMS — o novo banheiro da nave finalizado somente na última semana. Os tripulantes da estação espacial enfrentaram uma infiltração que liberou 9,5 L de água pela nave e, antes de solucionar o problema, os astronautas precisaram conter o líquido com toalhas.
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