Nesta segunda-feira (19), o governo federal anunciou a conclusão de um estudo que comprovou a eficácia do antiparasitário nitazoxanida no combate à covid-19, em sua fase precoce. O remédio, de nome comercial Annita, teria contribuído para a redução da carga viral nos pacientes tratados com a substância.
Contando com a participação de 1,5 mil voluntários, o estudo clínico começou depois de pesquisas realizadas em outros países mostrarem resultados satisfatórios do uso do nitazoxanida contra o Sars-CoV-2, em laboratório. Nos testes nacionais, que aconteceram em vários hospitais, três doses foram ministradas diariamente, ao longo de cinco dias, nos pacientes com sintomas iniciais.
Segundo a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Patrícia Rocco, líder do ensaio, o uso do vermífugo contribui para que quadros mais graves da covid-19 não se manifestem, além de tornar os pacientes infectados pelo coronavírus menos contagiosos.
Voluntário no ensaio clínico, o ministro Marcos Pontes participou do anúncio da conclusão da pesquisa.Fonte: Agência Brasil/Reprodução
Porém, a pesquisadora não revelou os dados completos do estudo, deixando de apresentar informações importantes, como o percentual de eficácia. Conforme Rocco, as informações vão continuar sob sigilo até serem revisadas e publicadas em uma revista científica internacional.
Ministro foi voluntário do estudo
Diagnosticado com covid-19 em julho, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações Marcos Pontes contou ter sido um dos participantes do ensaio clínico e disse acreditar que a pesquisa fará uma revolução no tratamento dos infectados. “Estamos anunciando algo que vai mudar a história da pandemia”, comentou.
Ele também ressaltou que o uso do vermífugo será recomendado apenas para os casos já diagnosticados, possibilitando evitar o agravamento da doença, descartando a sua utilização como método preventivo.
Vale lembrar que os mesmos estudos que mostraram bons resultados no uso do antiparasitário também revelaram ser necessária uma grande dose para ter efeitos contra o novo coronavírus, colocando o paciente em risco. Dessa forma, o medicamento acabou descartado pelos pesquisadores estrangeiros.
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