Um estudo publicado na última quinta-feira (1º) na revista científica Astronomy & Astrophysics revelou uma cena brutal de violência astronômica: seis galáxias aprisionadas em uma "teia" de gás ao redor de um buraco negro supermassivo que, como uma gigantesca aranha, devora gigantescos aglomerados como moscas.
Ocorrida quando o Universo tinha somente 900 milhões de anos, a terrível cena, com o conjunto inteiro tendo mais de 300 vezes o tamanho da nossa galáxia, poderia, segundo os autores do estudo, fornecer algumas pistas sobre como os buracos negros supermassivos se formaram e principalmente de que forma isso ocorreu quando o Universo era ainda tão jovem.
Para o estudo, o grupo formado por cientistas da Universidade de Bolonha, na Itália, utilizou dados obtidos por equipamentos do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.
Fonte: L. Calçada/ESOFonte: L. Calçada/ESO
Esses buracos negros primordiais, nascidos provavelmente com o colapso das primeiras estrelas, são "dos objetos astronômicos mais difíceis de entender", segundo o líder da pesquisa, o astrônomo pesquisador Marco Mignoli, do Instituto de Astrofísica de Bolonha, em release publicado na Astronomy & Astrophysics.
O buraco negro observado no estudo era cercado por uma teia de filamentos cósmicos que permitia que a matéria fluísse como tubos de alimentação entre ele e as galáxias presas.
A astrofísica Françoise Combes, do laboratório LERMA do Observatório Paris-PSL, explicou à AFP a perplexidade dos cientistas: "Antes, acreditávamos que eles [buracos negros] eram pequenos e que cresciam ao longo do tempo [...]. Mas o fato de termos encontrado [um deste tamanho] tão cedo na história do Universo mostra que eles evoluíram muito mais rapidamente".
O estudo sugere que, em um universo muito mais denso, os filamentos e as galáxias continham gás suficiente para fornecer o "combustível" para a alimentação dos buracos negros, transformando-os em gigantescos monstros cósmicos de forma acelerada.
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