De acordo com Donald Wuebbles, professor de Ciências Atmosféricas da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, o fenômeno das tempestades quase extintas que se reencontram com águas aquecidas, no oceano, e ressurgem com toda força, serão cada vez mais comuns a partir deste ano. São as chamadas tempestades “zumbis”.
Segundo a CNN, a tempestade Paulette se formou no início de setembro, no Oceano Atlântico, e atingiu as Bermudas como um furacão de categoria um. Após ganhar força, já em terra, o furacão passou para a categoria dois, vindo a enfraquecer e morrer cinco dias e meio depois. Pensava-se, então, que Paulette havia sido totalmente extinta.
No entanto, alguns dias depois, ela recuperou força e se tornou uma tempestade tropical, no dia 21 de setembro, a cerca de 480 quilômetros de distância das Ilhas Açores.
Tempestade Paulette havia desaparecido, mas renasceu devido a condições climáticas anormais.Fonte: NOAA/NESDIS/STAR GOES-East Band 13/Reprodução
Tempestades zumbis e as mudanças climáticas
O termo “tempestade zumbi” não é exatamente novo, já que o fenômeno já tinha sido registrado anteriormente, embora com frequências bastante raras.
Para o professor Wuebbles, esses eventos serão cada vez mais comuns a partir deste ano, e a razão são as mudanças climáticas ocasionadas pelo rápido aquecimento global.
O aquecimento global causa mudanças climáticas anormais, como o aquecimento prolongado de algumas regiões oceânicas.
O Golfo de México é um local mais suscetível a esses eventos, pois suas águas são rasas e esquentam com facilidade, especialmente nos arredores do Caribe. Por isso, essa região funciona impulsionando vários furacões, antes que eles cheguem à costa dos EUA.
As tempestades do Oceano Atlântico normalmente se formam em partes mais quentes do oceano perto da África, e cruzam os mares em direção ao continente americano. Se elas encontrarem mais águas quentes e ar úmido pelo caminho, tendem a ficar mais fortes, ou ressurgir, caso estejam voltando do continente.
Wuebbles explicou que, em condições normais, as tempestades deveriam perder força e morrer ao deixar o continente, mas, com o aquecimento global, a tendência é de que elas se tornem mais intensas e ressurjam com mais frequência.
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