Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, nesta terça-feira (22), traz novas evidências da teoria de que a Lua foi formada a partir da colisão de um planeta do tamanho de Marte com a proto-Terra há mais de 4 bilhões de anos.
Liderada por Anthony Gargano, do Centro Espacial Johnson da NASA, a pesquisa acrescenta enorme quantidade de evidências químicas para apoiar a hipótese do grande impacto, proposta em 1975, e que até hoje vem sendo objeto de estudos, uns ratificando e outros rejeitando. Em março deste ano, um desses estudos mostrou que as rochas da Terra e da Lua são mais diferentes do que se pensava.
Como na pesquisa de março, a atual utilizou ferramentas avançadas, ainda não disponíveis aos pesquisadores nas décadas de 1960 e 1970 quando eles analisaram as mesmas amostras de rochas lunares trazidas à Terra pela tripulação da histórica Apollo 11. Porém, diferentemente da pesquisa mais recente, a equipe da NASA se concentrou na quantidade e no tipo de cloro presente nas rochas.
As novas descobertas
Pesquisador Wayne Buckley trabalhando no laboratório da NASA. (Fonte: NASA/Divulgação)Fonte: NASA
O que os pesquisadores descobriram no novo estudo foi que a Lua tem uma concentração mais elevada de cloro pesado em relação à Terra, que apresenta maior quantidade de cloro leve. Os termos “pesado” e “leve” referem-se a variantes do átomo do elemento, conhecidos como isótopos, cujo número de nêutrons difere entre si.
Conforme o estudo, logo depois que a gigantesca colisão ocorreu, a Terra conseguiu se manter íntegra, pois o outro planeta (Theia) afundou no núcleo terrestre enquanto pedaços de ambos foram remetidos ao espaço até se aglutinar para formar a Lua.
Os dois corpos resultantes da colisão possuíam uma mistura de isótopos de cloro leve e pesado no início, porém, à medida que a gravidade da Terra foi puxando a recém-formada Lua para sua órbita, o equilíbrio dos isótopos de cloro foi se alterando.
Enquanto os dois corpos cósmicos continuaram a sua reformatação depois da queda, a Terra puxou o cloro mais leve, deixando na Lua o cloro mais pesado, por ser este mais difícil de mover.
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