A vacina que protege contra a tuberculose vai começar a ser testada no Brasil como uma alternativa para combater o novo coronavírus, a partir de outubro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que será a responsável por comandar o ensaio clínico com os voluntários brasileiros.
O imunizante contra o bacilo Calmette-Guérin (BCG), aplicado no país desde 1976, possui a capacidade de provocar uma resposta imunológica ampla. Como estudos recentes sugerem que ele poderia aumentar a proteção contra a covid-19, isso será verificado no estudo.
Realizado em parceria com o Murdoch Children’s Research Institute, da Austrália, e financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, o ensaio clínico terá a participação de 3 mil voluntários no Brasil, dos quais 1 mil do Rio de Janeiro e 2 mil do Mato Grosso do Sul. Todos são profissionais de saúde e trabalham na linha de frente contra o novo coronavírus.
A BCG pode ser uma alternativa enquanto a vacina contra covid-19 não fica pronta.Fonte: Pixabay
A fase 3 deste estudo, que tem o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), conta com um total de 10 mil voluntários, com idade mínima de 18 anos e que não tenham sido infectados pelo Sars-CoV-2. Os outros 7 mil participantes são da Austrália, Reino Unido, Holanda e Espanha.
Testes podem durar até um ano
Para verificar se a vacina BCG protege contra a covid-19, os participantes do ensaio clínico serão acompanhados semanalmente, por todo o período de duração dos testes, que podem se estender por até um ano.
Os voluntários farão testes frequentes para verificar se contraíram a doença ou não, e a expectativa é de que os dados iniciais estejam disponíveis no primeiro semestre de 2021.
Como ainda não há qualquer evidência científica de que a vacina contra tuberculose seja eficaz na prevenção da covid-19, a recomendação da Fiocruz é evitar procurar a imunização com este objetivo.
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