A teoria mais aceita para explicar o surgimento do Universo, como você deve saber, é a do Big Bang, evento explosivo que ocorreu há 13,8 bilhões de anos. Segundo acreditam os cientistas – e apontam os modelos –, o Cosmos teria nascido a partir de uma singularidade, isto é, de um “ponto” com campo gravitacional infinito que concentrava todo o espaço-tempo e a energia do Universo. Aliás, conforme mostram as observações, ele segue em expansão.
Essa teoria não consiste em uma ideia aleatória, uma vez que os cientistas conseguem medir a velocidade com a qual o Cosmos está se ampliando através da medição da maneira que galáxias, estrelas e outros objetos estão se distanciando uns dos outros – algo que está inclusive ocorrendo cada vez mais depressa.
Sobre a idade do Universo, os pesquisadores já conseguiram vislumbrá-lo quando ele era um recém-nascido, com 380 mil anos, portanto não estamos falando de simples conceitos propostos por mentes criativas, mas sim de um conjunto de noções que podem ser testadas e calculadas. Porém, como se trata de uma teoria ainda em “construção”, ela possui vários desdobramentos interessantes.
Ioiô cósmico
E se no lugar de ter nascido da singularidade com o Big Bang e estar em contínua expansão até um dia morrer, o Universo fosse algo que sempre existiu? E que, depois de alcançar determinado “tamanho”, voltasse ao ponto de origem (como se fosse um ioiô) e passasse pelo mesmo ciclo de ampliação-contração uma e outra vez?
De acordo com o astrofísico Paul Sutter, essa proposta de big bangs contínuos e voltas à singularidade é um dos desdobramentos que mencionamos e, não faz muito tempo, um time de pesquisadores decidiu explorar essa ideia mais a fundo.
Bate e volta?Fonte: NBC News / Mark Garlick / Science Photo Library / Getty Images / Reprodução
Na realidade, uma das dificuldades dessa proposta é que sozinha ela não explica variações gravitacionais detectadas no tecido espaço-tempo quando os cientistas observaram o Universo-bebê – causadas por flutuações na densidade, temperatura e pressão ocorridas durante a fase de inflação, instantes depois do Big Bang ter ocorrido.
Quando posta à prova, a teoria do Cosmos cíclico produz modelos sem as anomalias observadas ou qualquer alteração de pressão, temperatura e densidade – e o problema é que sem essas “deformações” no tecido espaço-tempo, a evolução dos Cosmos não comportaria a formação de astros e galáxias.
Impasse
Para contornar esse impasse, os cientistas lançaram mão da Teoria das Cordas (baseada na ideia de que as partículas que compõem o Universo seriam cordas) e, mais precisamente, de um conceito dela conhecido como “S-Brana”. Bem, segundo essa teoria, as tais cordas vibrariam e se moveriam pelo espaço-tempo livremente, além de que não precisariam ter necessariamente apenas uma dimensão. Afinal, as cordas multidimensionais recebem o nome de Branas e, dentre as descritas pelos teóricos, existe uma classe que somente poderia existir sob condições extraordinariamente específicas e por apenas um instante.
Inflação cósmicaFonte: World of Weird Things / Reprodução
No caso do Universo cíclico, logo ao nascer, quando o Cosmos ainda era pequeno e extremamente denso, apareceu uma dessas S-Branas na história, desencadeando a expansão e o surgimento das anomalias gravitacionais que, mais tarde, deram origem a tudo o que existe (até o cosmos atingir o seu limite e voltar ao ponto de partida e o processo ter início outra vez).
Obviamente, a coisa toda é super-hipotética, visto que nenhum experimento ou observação feitos até hoje trouxeram à tona evidências de que vivemos entre cordas e branas. No entanto, isso não significa que essas são ideias que simplesmente devemos abandonar.
No fim das contas, quem garante que a exploração de possibilidades, por mais estranhas e improváveis que pareçam, não levam ao surgimento de conceitos que culminam no desenvolvimento de uma nova Física e na reformulação das teorias que explicam o nascimento do Universo?
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