O Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory (LIGO), nos Estados Unidos, e o observatório de Virgo, na Itália, detectaram a maior colisão entre buracos negros de todos os tempos. O evento foi descoberto em 21 de maio de 2019, mas só foi publicado nesta quarta-feira, 2 de setembro. Segundo os astrônomos, o choque resultou em um buraco negro com massa 150 vezes maior que a do Sol.
Evento foi detectado por meio de ondas gravitacionais
Apesar de ter dimensões nunca antes registradas por seres humanos, a colisão ocorreu em uma região tão remota que só pôde ser detectada por meio de ondas gravitacionais, e isso aconteceu quando o universo tinha metade de sua idade atual.
Antes da descoberta, os pesquisadores nem ao menos consideravam que buracos negros com massa tão grande (um dos buracos negros tinha massa 85 vezes superior à do Sol) poderiam fazer parte de colisões dessa magnitude.
Desde 2015, o LIGO e o Virgo têm utilizado a medição de ondas gravitacionais para fornecer novas abordagens sobre eventos que ocorrem no espaço, uma vez que eles conseguem detectar fenômenos que são invisíveis às lentes dos telescópios.
As propriedades das ondas gravitacionais podem dar detalhes sobre as características de corpos celestes devido ao seu movimento em espiral.
Colisão entre buracos negros denominada GW190521 foi a maior já registrada.Fonte: Pixabay/Reprodução
Zona de massas “proibidas”
O que intriga os astrônomos é que, de acordo com os dados coletados pelos observatórios, os dois buracos negros envolvidos na colisão deveriam ter massa de 66 a 85 vezes maior que a do Sol.
No entanto, buracos negros formados de maneira “convencional” deveriam ter massa até 50 vezes maior que a do Sol. Isso coloca os buracos negros envolvidos na fusão (denominada GW190521 pelos pesquisadores) no que os astrônomos chamam de faixa de massas “proibidas”, uma vez que sua formação só seria possível em condições muito restritas.
Por isso, enquanto uns especialistas consideram que os buracos negros já haviam-se formado desde o Big Bang, outros ainda acreditam que eles vieram aumentando de tamanho a partir de colisões anteriores.
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