Além da destruição e da perda de vidas, existem diversos efeitos colaterais gerados por furacões, o que demanda decisões cautelosas de autoridades e de pesquisadores envolvidos na previsão do tempo, responsáveis pelas orientações dadas à população atingida.
Em caso de evacuações, por exemplo, é possível que pessoas entrem em pânico e que regiões sejam tomadas pelo tráfego intenso de veículos, deixando aqueles que buscam refúgio expostos a inúmeros riscos. Durante a pandemia da covid-19, então, e sob uma tempestade como o Laura, cada detalhe deve ser considerado. Felizmente, Houston, cidade do Texas, nos Estados Unidos, estava em boas mãos desta vez.
A partir do acompanhamento cuidadoso de especialistas, que contaram com tecnologia de ponta e sangue frio, foi evitado o deslocamento desnecessário de mais de 7 milhões de residentes durante o fenômeno devastador. Os profissionais se basearam no que aconteceu há 15 anos com o furacão Rita, que fez com que mais de 3 milhões de pessoas fossem obrigadas a evacuar a cidade e acabou enfraquecendo logo depois.
Durante o procedimento, viagens normais de três ou quatro horas levaram mais de 20, 67 morreram devido ao calor de 37 graus e 23 pacientes de hospitais transportados por um ônibus foram vítimas de um incêndio. Tudo isso poderia ser evitado.
Evacuação realizada durante furacão Rita, há 15 anos, poderia ter sido evitada em Houston.Fonte: Reprodução
Cautela e resultado
Com o crescimento populacional e a complexidade das infraestruturas, se algo semelhante fosse testemunhado durante o Laura, além de todos os perigos já citados, a contaminação pelo novo coronavírus tomaria proporções inimagináveis.
Sendo assim, Eric Blake, do Centro Nacional de Furacões em Miami, abaixou as expectativas quanto ao pior cenário possível com um acompanhamento detalhado do fenômeno utilizando equipamentos de última geração. Ele, Jeff Lindner (principal previsor do Distrito de Controle de Inundações do Condado de Harris) e Lina Hidalgo (juíza local) montaram uma verdadeira força-tarefa.
Lina Hidalgo, uma das autoridades que evitaram o deslocamento desnecessário de pessoas.Fonte: Reprodução
Juntos, os três optaram por segurar as pontas e não executar uma evacuação obrigatória, apenas voluntária. Somente em último caso isso ocorreria, o que já teria sido aliviado por aqueles que seguissem as orientações sem pressa. Resultado: a tempestade mudou de direção, a cidade não foi destruída pelo Laura e a população não se expôs ao caos sem precisar.
O pesadelo não aconteceu.
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