"Por conta de seu núcleo, a Terra é um planeta único em nosso sistema solar por ter um campo magnético, o que o tornou possível ser habitado", disse ao site Live Science o geocientista Jung-Fu Lin, da Universidade do Texas. Ele é um dos autores do estudo que determinou a idade do núcleo da Terra: 1 bilhão de anos (mais jovem do que se pensava).
A magnetosfera foi o que permitiu o surgimento da vida como a conhecemos, impedindo que a radiação do espaço bombardeasse a superfície. Ela se forma justamente no núcleo, quando o ferro líquido no interior da Terra resfria e se agita, criando o campo magnético que envolve o planeta.
Os processos de resfriamento e cristalização do ferro liberam energia, e foi isso que os pesquisadores mediram para estimar a idade do núcleo interno, recriando em laboratório sua dinâmica.
Entre diamantes
Um pedaço de ferro de apenas 6 mícrons de espessura (quase o tamanho de uma hemácia) foi aquecido a 2.727 °C e, então, esmagado entre 2 diamantes – uma simulação da temperatura e pressão do centro da Terra. A condutividade do ferro foi medida para o cálculo do resfriamento térmico do núcleo.
A amostra de ferro em temperatura e pressão ambientes (à esquerda) e, ao ser comprimida, emitindo energia (à direita).Fonte: Universidade do Texas/Divulgação
“A energia liberada no processo foi o que nos deu a idade do núcleo interno da Terra”, disse Lin. A taxa de perda de energia medida permitiu calcular quanto tempo levaria para o núcleo sólido chegar a seu tamanho atual: entre 1 e 1,3 bilhão de anos.
Um trabalho publicado em 2015 que analisou antigas rochas magnéticas revelou que a magnetosfera terrestre se fortaleceu subitamente há cerca de 1,5 bilhão de anos, o que condiz com os dados da nova pesquisa. "Nossos resultados podem ser usados para descobrir por que outros planetas no sistema solar não têm campos magnéticos," concluiu o pesquisador.
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