Uma reunião de executivos do setor de biotecnologia realizada em Boston, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano pode ter sido responsável por transmitir o novo coronavírus a 20 mil pessoas na cidade. É o que aponta um estudo ainda sem revisão publicado na terça-feira (25) na plataforma medRxiv.
O evento em questão foi organizado pela empresa farmacêutica Biogen. Realizado em um hotel na cidade americana contando com a participação de cerca de 200 pessoas, ele aconteceu em uma época em que ainda não se falava em pandemia da covid-19, ou seja, não havia determinação de distanciamento social.
Segundo os pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e de Harvard, responsáveis pelo estudo, a convenção se tornou a ocasião perfeita para uma superpropagação do Sars-CoV-2. Essa situação acontece quando uma ou poucas pessoas doentes geram uma cascata de transmissões de um agente infeccioso.
Os pesquisadores rastrearam o vírus por meio da assinatura genética gerada pelo Sars-CoV-2.Fonte: Freepik
A suspeita de que isso teria acontecido em Boston aumentou depois que as autoridades locais relataram 99 casos de covid-19 em pessoas que participaram da conferência. A partir daí, os cientistas começaram a rastrear a disseminação do vírus, comparando as informações genéticas desses contaminados com as cepas coletadas em outros lugares. A conclusão foi de que pelo menos 40% dos casos de infecção no município teriam ligação com o evento.
Padrão genético também foi encontrado longe
O padrão genético do vírus que se espalhou no evento foi encontrado em praticamente todas as regiões da cidade, inclusive em casas de repouso e abrigos para moradores de rua. Mas ele não ficou só naquela região.
Durante a comparação do material do genético, os pesquisadores identificaram a linhagem da mutação surgida na cidade em amostras coletadas nos estados da Carolina do Norte, Virgínia e Michigan. Até mesmo no exterior ela foi encontrada, em países da Ásia e da Europa, chegando ainda à Austrália.
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