Cientistas encontraram novas evidências de que a Terra está se movendo por detritos de estrelas no espaço. Em um novo estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, uma equipe australiana descreveu como extraiu um isótopo de ferro-60 especial de amostras de sedimentos coletadas no fundo do mar, utilizando uma técnica chamada espectrometria de massa, com idade aproximada de 33 mil anos.
De acordo com os pesquisadores, isso é revelador, já que o elemento é "produzido predominantemente em estrelas massivas e ejetado em explosões de supernovas." Uma vez que ele se desintegra em cerca de 15 milhões de anos, a teoria é de que nosso planeta é constantemente "polvilhado" com o material enquanto passa por uma "nuvem interestelar local", composta por gás, poeira e plasma.
Esta é a primeira vez em que algo do tipo tão recente foi encontrado. Exemplares anteriores indicaram ter de 2,6 a 6 milhões de anos. Nas novas análises, realizadas a partir de amostras da Antártica, é possível que sejam reveladas respostas para mistérios a respeito do que essa nuvem é feita e de onde ela veio.
Infelizmente, como já era de se esperar, mais perguntas que esclarecimentos surgiram.
Terra estaria sendo "polvilhada" por restos de estrelas há muito tempo.Fonte: Unsplash
"Pequena" lacuna
Em vez de mostrarem variações, os traços de ferro-60 parecem consistentes por um longo período. Isso significa que, se houvesse um evento, como a explosão de uma supernova inédita, haveria ao menos um pico de mudança no acúmulo do elemento – e, quanto mais antigas fossem as amostras, menos presentes estariam os isótopos, de acordo com o ScienceAlert.
Anton Wallner, físico nuclear da Universidade Nacional da Austrália e autor principal do artigo, explicou seu ponto de vista: "Artigos recentes sugerem que o ferro-60 preso em partículas de poeira pode ricochetear no meio interestelar. Portanto, ele pode se originar de explosões de supernovas ainda mais antigas, e o que medimos é algum tipo de eco".
Para que a humanidade entenda o que realmente se passou, a equipe tem uma sugestão: é preciso procurar mais evidências, cobrindo a lacuna existente no período entre 40 mil e 1 milhão de anos atrás.
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