O plasma sanguíneo de pacientes que se recuperaram da covid-19 será usado como forma de tratamento emergencial de infectados pelo novo coronavírus. A decisão da Food and Drug Administration (FDA) vem depois da pressão pública feita pelo presidente norte-americano Donald Trump, apesar de a comunidade médica pedir cautela, já que ainda não há estudos conclusivos sobre o uso desse material no combate à doença.
Depois que o sangue é centrifugado e são retirados os glóbulos vermelhos e brancos, o plasma é o líquido dourado que sobra. Por ter caráter emergencial, a liberação não torna seu uso um novo padrão de tratamento para a covid-19, sendo aplicado apenas para reduzir a gravidade da doença em pessoas hospitalizadas.
Convalescente da covid-19 doa sangue em um hospital de Houston, Texas.Fonte: NYT/Erin Schaff
Estudos sobre o uso de plasma na luta contra o novo coronavírus estavam sendo realizados na Clínica Mayo e no Hospital Monte Sinai, e resultados preliminares apontavam que usar os anticorpos contidos no plasma do sangue de pacientes recuperados pode ajudar a melhorar a taxa de sobrevivência de pessoas com a doença. Os dois estudos, porém, foram feitos com pequenos grupos de pacientes e sem times de controle.
Sem dados suficientes
No início de agosto, a FDA já tinha pronta a autorização que agora foi liberada, mas suspendeu o anúncio quando pesquisadores levantaram preocupações sobre a falta de dados fortes o suficiente para apoiar o tratamento. Imediatamente, Trump começou a pressionar a agência para que o tratamento com plasma de pacientes convalescentes fosse liberado. Há 1 semana, o presidente estadunidense disse (sem nenhuma evidência) que o atraso teria motivações políticas.
The deep state, or whoever, over at the FDA is making it very difficult for drug companies to get people in order to test the vaccines and therapeutics. Obviously, they are hoping to delay the answer until after November 3rd. Must focus on speed, and saving lives! @SteveFDA
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 22, 2020
Agora, são dois os tratamentos emergenciais para pacientes com covid-19: além do plasma, na terapia tradicional largamente usada desde 1890 para tratar doenças infecciosas como difteria e catapora, o antiviral remdesivir tem autorização da FDA para ser administrado em pacientes em estado grave.
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