Ainda que não seja indicado, durante a pandemia, fazer viagens de avião, um cientista da Universidade de Leicester defende que a chance de ser contaminado em ambientes do tipo é relativamente baixa. Julian Tang explica que tudo depende das condições do local, mas, "no geral, os aviões são provavelmente mais seguros do que pubs mal ventilados."
Se deslocar dessa maneira em caso de sintomas, de qualquer modo, está fora de cogitação, complementa Tang. Além disso, se possível, deve-se sempre optar por veículo próprio, o que minimiza o risco de entrar em contato infectados. No mais, tudo é uma questão de probabilidade.
Viajar na Coreia do Sul, onde apenas um em cerca de 225 mil indivíduos apresenta teste positivo todos os dias, é muito mais seguro do que viajar nos Estados Unidos, onde uma em 6.500 pessoas está contaminada, exemplifica o pesquisador. Quanto às chances de contaminação, não existem estatísticas consolidadas.
Lang comenta sobre um estudo que descreve um voo de 5 horas de Cingapura para a China em janeiro, onde 11 das 325 pessoas foram infectadas por um único homem. Ainda não se sabe como isso ocorreu. Por outro lado, quando um casal contaminado voou da China para o Canadá no mesmo mês, nenhum dos outros 350 passageiros da viagem de 15 horas foi afetado. Neste caso, todos usavam máscaras.
Mesmo com risco baixo de contaminação, viajar durante a pandemia não é indicado.Fonte: Pexels
Apenas suposições
Segundo a International Air Transport Association (IATA), quando quatro companhias aéreas acompanharam 1.100 passageiros confirmados como infectados após voos, apenas um possível caso de transmissão foi identificada. Ainda que não haja detalhes a respeito do levantamento, Tang explica que isso realmente pode fazer sentido. "Os sistemas de ventilação em aviões são muito eficazes na redução da concentração geral de qualquer patógeno aerotransportado exalado pelos passageiros."
No mais, o principal problema, afirma o pesquisador, são as interações que ocorrem entre passageiros. Por fim, Arnold Barnett, do MIT, estimou que, ao voar nos Estados Unidos, o risco de infecção é de cerca de 1 em 4 mil se o voo estiver lotado. Se os assentos do meio forem deixados vazios, o risco cai para 1 em 8 mil.
Tudo isso, é claro, são apenas suposições, mas uma coisa, aparentemente, é certa: não viajar reduz, e muito, qualquer chance de pegar covid-19.
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