O desenvolvimento da biologia sintética está acontecendo de maneira mais acelerada do que a tecnologia dos computadores. Essa disparidade evolutiva está fazendo com que os pesquisadores se questionem sobre a possibilidade de hackers desenvolverem vírus para invadir a mente humana.
De acordo com Andrew Hessel, cientista da Singularity University, pertencente à NASA, esse desenvolvimento poderia levar a um mundo em que hackers se transformariam em engenheiros de vírus ou bactérias e poderiam controlar as ações da mente. “Essa é uma das tecnologias mais poderosas do mundo da biologia sintética”, explica Hessel. “Eu defendo que células são computadores vivos e o DNA é a sua linguagem de programação”, completa.
Assim como no futuro será possível codificar o DNA e, com isso, identificar e prevenir doenças, vírus e bactérias podem ser injetados diretamente no cérebro para influenciar ou mesmo controlar pessoas. Um vírus letal injetado em um hospedeiro disfarçado de vacina, por exemplo, pode ser usado para controlar um determinado comportamento.
Para o especialista em segurança Marc Goodman, a biologia sintética vai levar a novas formas de bioterrorismo e biocrime, da mesma maneira que a evolução da informática deu início a vários problemas na década de 80. “Na época ninguém se preocupou, mas ele cresceu de forma exponencial”, completa.