O Hubble foi responsável por mais uma conquista astronômica: ser o primeiro telescópio espacial a registrar um eclipse lunar. A observação, realizada entre 20 e 21 de janeiro de 2019, será detalhada na edição de setembro da revista científica The Astronomical Journal.
Segundo os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), responsáveis pelo registro, a conquista foi resultado de um processo muito complexo. Para capturar o eclipse, a equipe utilizou a Lua como uma espécie de "espelho" que refletiu luz solar filtrada, em seguida, pela atmosfera terrestre.
Quando uma observação é feita por telescópios terrestres, as imagens são interferidas por "ruídos" presentes na atmosfera. Já a técnica utilizada pelos cientistas não oferece este tipo de problema e, portanto, é considerada mais eficaz.
Dificuldades técnicas na observação
No entanto, a observação ainda apresentou algumas falhas. Em primeiro lugar, a Lua é um refletor imperfeito, já que possui diversas variações em sua superfície, o que causou uma diferença de luminosidade em algumas regiões.
Outro fator que também atrapalhou a missão do Hubble foi sua proximidade com a Terra. Isso obrigou o telescópio a focar em uma parte específica do satélite para rastrear seus movimentos.
Detecção do ozônio na atmosfera
O Hubble também identificou a presença do ozônio na atmosfera terrestre de forma limpa e com uma precisão inédita. Com isso, pesquisadores já planejam usar o telescópio para procurar esse elemento em exoplanetas — que, caso seja encontrado, pode indicar a existência de vida extraterrestre.
"Encontrar o ozônio no espectro de uma exo-Terra seria significativo porque é um subproduto fotoquímico do oxigênio molecular, que é um subproduto da vida", explicou a coautora da pesquisa, Allison Youngblood, em um comunicado.
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