Ainda que a geração de energia por meio de fusão nuclear esteja engatinhando, pesquisadores da NASA sugerem um método que dispensaria o uso de estruturas massivas como o tokamak e exigiria apenas um pouco de metal, um pouco de hidrogênio e um acelerador de elétrons. Com a novidade, pode ser que no futuro naves espaciais sejam alimentadas desse jeito inovador.
De acordo com os cientistas, através de uma técnica chamada de fusão por confinamento de rede, uma estrutura formada por átomos que constituem um fragmento de metal sólido é submetida a alta pressão com gás deutério, isótopo de hidrogênio com um próton e um nêutron. Nos testes, foram utilizados érbio e titânio, e no processo os metais "capturam" os núcleos de deutério até a hora da fusão.
Theresa Benyo, física analítica e líder de diagnóstico nuclear do projeto, explica: "Durante o carregamento, a estrutura metálica começa a se quebrar para reter o gás, tornando-se uma espécie de pó". Isso permite superar a repulsão eletrostática mútua entre os núcleos deutério carregados positivamente, a chamada barreira de Coulomb, e dar início à geração de energia por meio de uma sequência de colisão e interação de partículas que atingem velocidade suficiente para se fundirem.
Theresa Benyo, Jim Scheid e Larry Forsley, responsáveis pelo estudo.Fonte: Reprodução
Otimização máxima
Mesmo em alta velocidade, é possível que as coisas não ocorram de acordo com o esperado, e a fusão, de fato, não aconteça. Entretanto, a "rede" dá uma ajuda e tanto. "Os elétrons na estrutura metálica formam uma tela ao redor do deutério estacionário", conta Benyo, prendendo-o e submetendo-o às colisões mesmo "contra a vontade". Entretanto, a otimização de geração de energia não para por aí.
Ainda que dois deutérios acabem não se tornando um só, a colisão de um deles com um dos átomos do metal dá origem a um novo elemento, produzindo, também, sua parcela de eletricidade. Lawrence Forsley, líder sênior do projeto, comenta que essa não é uma "fusão a frio", mas uma nova maneira de conduzir os acontecimentos.
Agora, os cientistas buscam criar reações mais consistentes, para, quem sabe, empreender uma missão no espaço profundo ou beneficiar a Terra com novas tecnologias.
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