Uma gigante nuvem tóxica está passando pela superfície de Vênus, constatam cientistas. De acordo com ScienceAlert, o corpo da nuvem é grande o bastante que alcança a parte norte e sul do planeta — o que, em escala com a Terra, seria toda a superfície do planeta.
Resultado do estudo da agência espacial japonesa JAXA, a nuvem aparenta estar correndo pela superfície desde 1983 e alcança 328 quilômetros por hora, 60 vezes mais rápido que a rotação de Vênus em seu próprio eixo. Próximo dessa área, o planeta alcança incríveis 465 °C devido ao grande efeito estufa causado pela nuvem — que é composta por dióxido de carbono com ácido sulfúrico.
Várias outras características sobre a atmosfera de Vênus ainda são um mistério e essa nuvem tóxica é uma grande pista para entender o ambiente extraterrestre. Ainda é necessário analisar os mecanismos, causas e consequências do movimento dessa nuvem — que foi apontada como “fenômeno meteorológico totalmente novo”, considerando que nunca foi flagrado em nenhum outro planeta.
“Essa perturbação atmosférica é um novo fenômeno meteorológico, não visto em qualquer outro planeta. Devido sua raridade, é difícil interpretar e determinar as condições físicas que o causam.”, disse Javier Peralta, um dos pesquisadores da JAXA.
Contudo, o evento tem algumas semelhanças com as Ondulações Kelvin-Helmholtz, que são nuvens do tipo Cirrus que ocorrem na terra, onde a parte de cima da nuvem em uma velocidade superior à parte de baixo. No nosso caso, esses fenômenos são bons indicadores de regiões com instabilidade atmosférica — evitados por aeronaves, já que causam turbulências.
A atmosfera de Vênus ainda está sob estudo da JAXA e maiores esclarecimentos sobre a nuvem de dióxido de carbono devem surgir ao longo dos meses. O estudo completo está disponível na revista científica Advancing Earth and Space Science (AGU).
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