De acordo com a BBC, a Airbus construirá o primeiro “navio de carga interplanetário” para trazer à Terra amostras do solo e das rochas de Marte. O audacioso programa será um esforço coletivo da Agência Espacial Europeia (ESA) com a NASA, que na quinta-feira (30) lançou o rover Perseverance ao planeta vermelho. O projeto custará bilhões de dólares e levará pouco mais de uma década para ser implementado.
“As pessoas falam sobre o retorno de amostras de Marte há anos. Lembro-me de trabalhar nisso já em 2002. Mas agora estamos na emocionante situação na qual esse sonho está prestes a se tornar realidade”, disse David Parker, diretor da ESA. Contudo, segundo o site, a agência estaria em processo final para fechar o contrato com a Airbus, com detalhes a serem resolvidos em breve e assinatura prevista até setembro deste ano.
Ilustração do funcionamento do programa para enviar à Terra amostras de Marte.Fonte: BBC/Reprodução
Chamada de Earth Return Orbiter (ERO), a nave pesará 6,5 toneladas no período de lançamento, em 2026, e exigirá enorme quantidade de energia para ir ao espaço. Dentre os mecanismos para geração de propulsão, haverá matrizes solares, químicas e elétricas.
Inicialmente, o rover Perseverance explorará a cratera Jezero, local onde cientistas acreditam ter abrigado um lago há bilhões de anos. Dessa forma, é possível que as rochas formadas ao seu redor contenham traços químicos da biologia passada, caso tenha existido. Esse material será perfurado pelo veículo espacial e separará amostras para posteriormente serem lançadas ao espaço e transportadas pelo novo satélite europeu.
Expectativas
“A Airbus está animada para enfrentar esse desafio como parte dessa missão internacional conjunta”, afirmou Dirk Hoke, presidente da agência europeia. Na ocasião, ele ainda destacou que o veículo aproveitará toda a experiência adquirida pela empresa ao longo das décadas.
“Como um dos principais selecionados para a órbita de retorno à terra das amostras de Marte, estamos trazendo toda a força da nossa experiência adquirida em Rosetta, Mars Express, Venus Express, Gaia, Veículo de Transferência Automatizado, BepiColombo e Jupiter Icy Moons Explorer para garantir que essa missão seja bem-sucedida. Isso será um feito extraordinário, ao levar a ciência interplanetária a um novo nível”, ele completou.
Já na Terra, especialistas estudarão as rochas e o solo usando técnicas avançadas, com inovações a ainda serem feitas, para garantir a confiabilidade dos resultados. Os responsáveis pela empreitada caracterizam que será a melhor maneira de confirmar se houve vida no planeta vermelho.
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