A NASA revelou, nessa quinta-feira (23), os detalhes de uma ambiciosa missão, que levará um telescópio de 2,5 metros de altura à estratosfera, a bordo de um balão do tamanho de um estádio de futebol, inflado com gás hélio. O objetivo é estudar as estrelas recém-nascidas, fugindo das interferências provocadas pela atmosfera terrestre.
O Telescópio Estratosférico Astrofísico para Observações de Alta Resolução Espectral em Comprimentos de Onda Submilimétricos, também conhecido pela sigla ASTHROS, terá a missão de fazer observações astrofísicas nunca tentadas anteriormente.
Ele ficará a uma altitude de 40 quilômetros, bem abaixo dos limites do espaço (cerca de 100 quilômetros), mas ainda assim alto o suficiente para observar os comprimentos de onda de luz infravermelha bloqueados pela atmosfera. A ideia é que ele circule pela região do Polo Sul três vezes, durante três ou quatro semanas, sendo conduzido pelas correntes de ventos estratosféricos.
As missões de balão são mais arriscadas que as espaciais, segundo a NASA, mas trazem algumas vantagens.Fonte: NASA JPL Caltech/Reprodução
Ao final do período da missão, a equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial americana fará a separação da gôndola que guarda o telescópio e os demais equipamentos do balão. A gôndola retornará à terra firme utilizando um paraquedas, permitindo a recuperação dos objetos.
Alvos do ASTHROS
Com o ASTHROS, a NASA pretende medir o movimento e a velocidade das nuvens de gás em torno das estrelas recém-formadas. Assim, será possível criar mapas 3D detalhando a movimentação destas nuvens, além de averiguar como elas afetam ou impedem a formação de novas estrelas.
A missão estudará quatro alvos principais para fazer tais medições, incluindo duas regiões de formação de estrelas na Via Láctea, onde vai detectar a presença de dois tipos específicos de íons de nitrogênio. Os outros dois objetos de estudo serão a galáxia Messier 83 e a estrela TW Hydrae.
O lançamento da missão está previsto para dezembro de 2023, na Antártida.
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