Cientistas da Universidade de Osaka, no Japão, analisaram imagens de 59 crateras lunares para determinar suas idades e descobriram o que pode ter dado origem a uma das eras do gelo mais brutais da Terra: um verdadeiro bombardeamento de asteroides, ocorrido há cerca de 800 milhões de anos. Isso porque oito delas teriam sido formadas nessa época, sugerindo que nosso lar não saiu ileso.
De acordo com Kentaro Terada, líder do estudo, é difícil descobrir fatos do tipo por aqui, já que a erosão e os efeitos da vida tendem a camuflar pistas importantes. Entretanto, segundo ele, não existe esse "problema" na Lua, o que a torna testemunha vital dos acontecimentos do Sistema Solar.
Lua é testemunha de eventos passados.Fonte: Reprodução
Quaisquer objetos que cheguem perto do satélite são potencialmente perigosos para nós, e, quando se pensa que cerca de 2 quatrilhões de quilos de rocha espacial podem tê-lo alvejado, é difícil que a Terra não tenha sido afetada. Os cálculos foram baseados no tamanho das "cicatrizes" presentes na superfície do local – das quais Copernicus, com 93 quilômetros de diâmetro e 3,8 quilômetros de profundidade, faz parte.
Rápido, porém nem tanto
A partir de capturas do orbitador lunar SELENE, Terada e sua equipe estimaram que a massa pode ter sido de 30 a 60 vezes maior que a do corpo celeste responsável pela extinção dos dinossauros centenas de milhões de anos depois. O evento, claro, deve ter sido dramático, mas não havia formas de vida complexas que pudessem ter visto os impactos.
Bill Bottke, do Instituto de Pesquisa Southwest, Colorado, conta que, do ponto de vista geológico, tudo aconteceu rapidamente. Em termos siderais, significa que houve espaçamento de "apenas" dezenas de milhões de anos. "Seria chato, se não fosse aterrorizante."
Chicxulub, cratera que remete à extinção dos dinossauros.Fonte: Reprodução
Sabe-se que o que veio depois em nosso planeta oi um período extremamente gelado, o Criogeniano, mas a ligação com o bombardeio é desconhecida. "Parece que tudo aconteceu ao mesmo tempo, então quero comparar a informações com dados geológicos. Esse não é o fim da história, apenas o parágrafo inicial", finaliza Bottke.
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