Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelaram nesta segunda-feira (20) que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição parece ser segura e promissora, estimulando a produção de anticorpos e glóbulos brancos para combater infecções, conforme os primeiros efeitos dos testes realizados em humanos.
Esses resultados, publicados na revista The Lancet, são referentes às duas primeiras fases de testes da imunização contra o novo coronavírus, que tiveram a participação de 1.077 voluntários britânicos. A terceira etapa está em andamento, acontecendo em diversos países, entre eles o Brasil.
Desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, a vacina chamada ChAdOx1 nCoV-19 utiliza uma versão enfraquecida e não replicante de adenovírus, um vírus que causa o resfriado comum. Ela foi aplicada em 543 participantes do teste, enquanto os outros 534 receberam uma vacina de meningite.
A vacina de Oxford é a mais avançada em desenvolvimento, segundo a Organização Mundial da Saúde.Fonte: Freepik
Os resultados mostraram uma resposta imune com anticorpos e células T, que funcionam de maneira complementar. Estas últimas, que apareceram 14 dias depois de aplicada a dose, são responsáveis por identificar e destruir as células infectadas. Já os anticorpos, capazes de eliminar o coronavírus, foram encontrados 28 dias após a imunização.
Novos testes para a vacina de Oxford são necessários
Apesar de promissores e de apresentarem reações adversas brandas, como inchaço no local da aplicação e dores musculares, os testes iniciais ainda não suficientes para comprovar a proteção oferecida pela vacina de Oxford. Além disso, existe a possibilidade de que ela apresente eficácia variada em cada população; de acordo com os cientistas, a fase final, ainda em andamento, será essencial para determinar se a imunização é realmente eficiente em uma grande quantidade de pessoas de grupos etnicamente diversos.
Mesmo com essas dúvidas, a vacina, que é a mais adiantada entre os mais de 100 projetos em teste no momento, já tem 300 milhões de doses garantidas pelo governo dos Estados Unidos, que investiu US$ 1,2 bilhão na produção delas, segundo o The Washington Post.
Se tudo der certo após a finalização dos últimos ensaios clínicos, a expectativa dos pesquisadores é de que a ChAdOx1 nCoV-19 tenha o registro liberado no primeiro semestre de 2021.
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