Você já ouviu falar de uma classe de exoplanetas conhecidos como Júpiteres quentes? Como a nomenclatura sugere, trata-se de mundos gasosos com dimensões semelhantes às de Júpiter, mas que "habitam" muito próximo de suas estrelas. Por conta dessa peculiaridade, esses astros apresentam temperaturas incrivelmente altas, assim como períodos orbitais curtíssimos, muitas vezes com duração inferior a 1 dia terrestre.
Alguns dos Júpiteres quentes já catalogados por astrônomos.Fonte: Wikimedia Commons / ESA / Hubble / Reprodução
Astrônomos já identificaram diversos desses exoplanetas pelo Cosmos. Embora esses corpos venham sendo estudados há algum tempo, ainda existem muitas coisas que não se sabe sobre eles, incluindo como se dá a sua formação e como foram acabar tão perto de seus sóis. A descoberta de um novo Júpiter quente pode ajudar os cientistas a desvendarem esses e outros mistérios.
Jovem exótico
Batizado como HIP 67522 b, o exoplaneta tem mais ou menos dez vezes o diâmetro da Terra e, conforme apontaram as observações, consiste em um corpo gasoso. Ademais, ele foi detectado muito próximo de uma estrela já bastante estudada, situada a 490 anos-luz da Terra e que, segundo as estimativas, é um "bebê" cósmico de apenas 17 milhões de anos — e é aqui que as coisas ficam interessantes.
Se o novo Júpiter quente orbita uma estrela tão recente, significa que deve ter se formado vários milhões de anos depois dela, o que o torna o planeta mais jovem dessa classe já identificado. Aliás, essa questão da idade do sistema planetário é o que pode ajudar os astrônomos a compreenderem melhor como esses mundos nascem.
Jovem exótico.Fonte: NASA / JPL-Caltech / Reprodução
De acordo com os modelos propostos no momento, existem três possibilidades para explicar o posicionamento dos Júpiteres quentes. Uma seria que esses exoplanetas se formam coladinhos a suas estrelas e ali fixam residência, o que seria bastante complicado, uma vez que as condições extremas nessas regiões e o comportamento turbulento de sóis tão joviais provavelmente levariam à vaporização dos materiais necessários para a formação de novos planetas.
A segunda alternativa seria que a interferência gravitacional de outros mundos presentes no sistema "empurra" os Júpiteres quentes em direção às suas estrelas. E a terceira opção seria que eles se originam em órbitas mais distantes e vão se aproximando gradualmente de seus sóis com o passar do tempo.
A última possibilidade parece ser a que se encaixa melhor para descrever a localização de HIP 67522 b. Cientistas precisarão realizar mais observações e aprofundar seus estudos para decifrar os mecanismos que desencadeiam a migração dos Júpiteres quentes de suas órbitas originais até, praticamente, o colo de suas estrelas.
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