A China está reunindo amostras de sangue dos homens do país para criar um banco nacional de dados genéticos, aponta um novo estudo. Para tanto, a polícia chinesa tem feito visitas às escolas e até mesmo às casas dos cidadãos há três anos para recolher as informações necessárias.
As primeiras campanhas de coletas ficaram restritas às regiões do Tibete e Xinjiang. No final de 2017, contudo, o Ministério de Segurança Pública da China expandiu as campanhas para todo o país sob a justificativa de melhorar a capacidade dos órgãos de segurança pública de solucionar investigações criminais.
No entanto, o país está recolhendo DNA de cidadãos do sexo masculino sem considerar históricos criminais — incluindo alunos da pré-escola, entre 3 e 5 anos de idade.
Segundo o estudo, divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto de Política Estratégica da Austrália, essa estratégia não só viola as leis chinesas, como os direitos humanos — o que pode ser ainda mais grave, caso essas informações sejam associadas a outras ferramentas de vigilância e controle.
Através deste banco genético, o estado chinês poderá rastrear qualquer cidadão através dos homens da família. “A capacidade das autoridades de descobrirem quem está mais intimamente relacionado a quem, dado o contexto da punição de famílias inteiras como resultado do ativismo de apenas uma pessoa, terá um efeito assustador na sociedade como um todo”, afirmou a pesquisadora Maya Wang ao The New York Times.
Diversas empresas especializadas em biotecnologia estão auxiliando o governo chinês nesta empreitada, como a multinacional Thermo Fisher Scientific que tem sede nos Estados Unidos, além de chinesas como AGCU Scientific e Microread Genetics. Caso a violação de direitos humanos seja comprovada, as empresas parceiras do projeto também poderão ser acusadas.
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