Uma nova vacina contra o coronavírus é procurada pelo mundo inteiro, e já existem perspectivas de resultados das primeiras amostras testadas em humanos. O grupo farmacêutico britânico AstraZeneca divulgou nesta sexta-feira (05/06) que a solução em desenvolvimento na Universidade de Oxford terá suas primeiras conclusões ainda em setembro. Ensaios clínicos que começaram em abril chegarão ao Brasil, considerado o novo epicentro da pandemia.
Já se sabia que os testes por aqui seriam realizados em 2 mil voluntários, todos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Agora, mais detalhes foram divulgados. A triagem e a aplicação da imunização devem levar cerca de três semanas, sendo que os participantes com idade entre 18 e 55 anos serão submetidos a testes para confirmar que não foram infectados pela covid-19. Profissionais de saúde terão prioridade, uma vez que estão mais expostos à doença
Depois disso, será realizado um ano de acompanhamento, período no qual essas pessoas deverão se dirigir cinco vezes a centros de investigação para consultas, coleta de sangue e exames de detecção de possíveis efeitos colaterais. Só então a eficácia e a segurança da vacina serão atestadas de fato.
Parceria entre Universidade de Oxford e o grupo farmacêutico britânico AstraZeneca pode chegar a uma solução.Fonte: British GQ
Nem todos receberão a imunização. Um placebo será aplicado em metade dos voluntários. No Rio de Janeiro, o recrutamento fica a cargo do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor). Em São Paulo, do Centro de Referência para Imunológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os procedimentos foram aprovados pela Anvisa.
Altos investimentos
A vacina do Reino Unido é produzida a partir do ChAdOx1, uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés, com adição de material genético usado para produzir a proteína Spike do SARS-Cov-2, induzindo à criação de anticorpos.
Na última quinta-feira (04/06), a AstraZeneca anunciou que pretende produzir mais de 2 bilhões de doses da vacina candidata. A expectativa é que metade delas seja direcionada a habitantes de países em desenvolvimento. Além disso, a empresa fechou um acordo com os EUA e Reino Unido para cuidar da produção em escala mundial.
Em entrevista à BBC no domingo (31/05), o CEO da farmacêutica Pascal Soriot disse que a população pode ter acesso a 100 milhões de doses da vacina já em setembro. Além disso, o grupo anunciou um acordo de US$ 750 milhões com duas organizações internacionais especializadas, CEPI e GAVI. O objetivo? Fabricar e distribuir 300 milhões de doses, com entrega a partir do final do ano.
No Brasil, já foram confirmados ao menos 630 mil casos de contaminação, causando quase 35 mil mortes até a noite de quinta (05/06).
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