Dados registrados pelo satélite Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostraram que o campo magnético da Terra está se enfraquecendo gradualmente na região conhecida como Anomalia do Atlântico Sul, que fica entre a África e a América do Sul.
O enfraquecimento intensificado tem sido detectado principalmente na região sudoeste da África, onde surgiu um segundo centro de intensidade mínima, levando os cientistas a acreditar que a Anomalia do Atlântico Sul possa estar se dividindo em dois núcleos distintos.
Este fenômeno, investigado pela rede de satélites europeus desde o seu lançamento, em 2013, pode ter ligação com a queda na força do campo magnético global, cuja redução chegou a 9% nos últimos 200 anos.
Satélites e a Estação Espacial podem sofrer com distúrbios ao passar pela região.Fonte: Pixabay
Conforme o pesquisador do Centro Alemão de Pesquisa em Geociência Jürgen Matzka, o novo mínimo oriental da Anomalia do Atlântico Sul, surgido na última década, está se desenvolvendo vigorosamente, deixando os pesquisadores intrigados: “O desafio, agora, é entender os processos no núcleo da Terra que impulsionam estas mudanças”, disse ele.
Há motivo para alarde?
Segundo a ESA, não há motivo para se preocupar com a alteração, pois o enfraquecimento do campo magnético pode estar relacionado à inversão de polo para a qual a Terra caminha. Esta inversão é um evento ocorrido várias vezes desde a formação do planeta, acontecendo a cada 250 mil anos, em média, de acordo com a agência.
Porém, se a queda de intensidade magnética na região não traz grandes riscos para a humanidade, ela pode afetar os satélites que passam sobre o local, assim como a Estação Espacial Internacional. Conforme a ESA, os equipamentos experimentam “perturbações” ao sobrevoar a Anomalia do Atlântico do Sul.
Entre os problemas mencionados, há falhas na comunicação e também nos computadores, além de flashes repentinos visualizados pelos astronautas da Estação, ao sobrevoar o local, causados pelas explosões de radiação.
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