E se, em vez de astronautas, robôs humanoides fossem enviados a missões espaciais? Esse é o objetivo da Gitai, startup japonesa que quer testar sua ideia e fazer a troca de equipes em viagens do tipo.
Segundo a empresa, os riscos e os custos de utilizar pessoas nessas empreitadas não compensam o desafio, que poderia tranquilamente ser superado com o uso de equipamentos semiautônomos controlados do solo – permitindo uma economia de até 90% nos projetos. A única questão que impede a implementação imediata do conceito diz respeito à funcionalidade das máquinas.
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Ainda de acordo com a Gitai, esses robôs conduziriam pesquisas enquanto seriam operados por cientistas de carne e osso – não sem, claro, um pequeno atraso de comandos. Naoko Yamazaki, astronauta nipônica, afirma: “Existe uma necessidade que pode ser atendida por esse tipo de iniciativa. Deveríamos ter a possibilidade de realizar determinadas tarefas remotamente ou deixar dispositivos com o controle total da situação”.
Robôs humanoides substituiriam astronautas humanos.Fonte: Gitai
Uma demonstração desse tipo de ação foi realizada pela própria companhia no ano passado. O robô, apesar de conseguir realizar algumas tarefas, acabou tropeçando diversas vezes, o que não diminuiu o otimismo da empresa com relação ao futuro tecnológico astronômico.
Nem tão humanos, afinal
Manter um astronauta em órbita não é para qualquer bolso. São desembolsados cerca de 430 milhões de dólares por ano quando o assunto é garantir a segurança desses aventureiros. Visando reduzir custos, empresas diversas desenvolvem uma série de tecnologias – e espera-se que o mercado robótico espacial atinja 4,4 bilhões de dólares até 2023. Juntar soluções e torná-las plenamente funcionais com softwares dedicados é o que esperam tais companhias.
Não pense que esses profissionais temem perder seus empregos. Anousheh Ansari, primeira mulher muçulmana a chegar ao espaço, acredita que tais ferramentas podem auxiliar expressivamente no avanço das missões. Quando considera capacidades humanas e robóticas, é taxativa: “Podemos ter o melhor dos dois mundos”.
Quer saber quanto custaria cada equipamento do tipo? De 300 mil a 500 mil dólares. A redução de valores é impulsionada pelo fato de que os robôs não precisam necessariamente se parecerem com humanos. Por exemplo, em gravidade zero, pernas não seriam necessárias. “Focar na produção de humanoides pode nos afastar de nossas metas”, explica Masahiko Inami, professor de engenharia e aprimoramento humano da Universidade de Tóquio.
As expectativas são grandes. “Veremos uma era na qual humanos efetivamente trabalharão no espaço, não apenas irão até ele”, afirma Sho Nakanose, chefe executivo da Gitai. “Queremos que nossos robôs criem bases para a Blue Origin e a SpaceX”.
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