As emissões diárias de dióxido de carbono (CO2) em todo o mundo apresentaram uma queda de 17% no mês de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com estudo publicado hoje (19) na revista Nature Climate Change. A redução está ligada ao declínio na demanda por energia ocasionada pela pandemia do novo coronavírus.
O resultado do estudo conduzido por pesquisadores de universidades de vários países revela que os índices de poluição causada pelas mudanças climáticas atuais são os mesmos registrados em 2006.
Segundo os autores, a maior parte dos cortes na emissão de CO2 veio da diminuição da demanda em indústrias, na geração de energia e nos transportes. No caso da aviação, por exemplo, bastante afetada pelo confinamento, houve queda de 60% na emissão de poluentes.
As emissões têm diminuído desde o início do ano.Fonte: Nature Climate Change/Reprodução
Foram analisados os dados referentes a 69 países, que juntos representam 85% da população mundial e 97% das emissões globais. Conforme a pesquisa, os principais decréscimos ocorreram na China, nos Estados Unidos e na Índia, que estão entre os maiores emissores de carbono do planeta e implantaram medidas mais restritivas para tentar conter o avanço da covid-19.
Resultado anual não deve ser tão significativo
Apesar da queda nas emissões de gases poluentes chegarem a um patamar equivalente ao de 14 anos atrás, os participantes do estudo não estão muito otimistas em relação ao resultado anual, medido ao final de 2020. É que os índices devem subir novamente, à medida em que houver o relaxamento da quarentena.
Com isso, a redução da poluição ao fim do ano deve ficar entre 7% e 8%, conforme as estimativas, índice considerado modesto e insuficiente para frear os problemas causados pelas mudanças climáticas.
O resultado final ainda pode ser influenciado pelo tempo em que as medidas de distanciamento social forem prolongadas.
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