No mundo, cerca de 38 milhões de pessoas vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), segundo dados do programa das Nações Unidas para o combate à Aids (Unaids). Por ano, aproximadamente 2 milhões de indivíduos se infectam em todo o planeta.
Esse número poderia ser menor se pessoas de grupos de risco fizessem tratamento de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). O recurso preventivo é capaz de reduzir 99% da infecção causada pelo HIV, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
No Brasil, a medicação está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser encontrada em mais de 2 mil serviços de saúde distribuídos pelo país. Atualmente, 16 mil pessoas fazem uso dos remédios, segundo dados do Ministério da Saúde.
Como funciona a Profilaxia Pré-Exposição
(Fonte: Pixabay)Fonte: Pixabay
O principal objetivo da PrEP é reduzir a infecção pelo HIV se houver exposição ao vírus. O tratamento não cura a Aids nem substitui o uso de preservativo para evitar a gravidez e proteger contra outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como sífilis, clamídia e gonorreia.
A profilaxia consiste em uma pílula contendo tenofovir e entricitabina, substâncias que diminuem as oportunidades de o vírus se estabelecer no organismo. O medicamento bloqueia o processo de reprodução do HIV dentro das células humanas ao anular uma enzima chamada transcriptase reversa, responsável pela replicação viral.
A PrEP começa a prevenir infecções por HIV em até 7 dias para relações anais e em 20 dias para relação vaginal. Caso não seja consumida todos os dias, a medicação pode perder o efeito. A profilaxia não deve ser interrompida repentinamente — os remédios devem ser tomados por 4 semanas depois da última relação sexual, para evitar a possibilidade de infecção.
Quem deve realizar o tratamento
A PrEP é indicada para pessoas que tenham maior risco de serem contaminadas por HIV, mas ainda não foram infectadas. O Ministério da Saúde considera como grupos de risco homens que têm relações sexuais com homens, pessoas trans e trabalhadores do sexo.
O órgão também indica a profilaxia para quem frequentemente deixa de usar preservativo nas relações sexuais, em especial com alguém soropositivo sem tratamento, além de pessoas que apresentam infecções sexuais com regularidade.
Contraindicações e efeitos colaterais
Como toda medicação, a PrEP pode causar efeitos colaterais e tem contraindicações. O remédio não deve ser tomado por grávidas e lactantes e em caso de alergia às substâncias presentes na composição do medicamento, por isso é fundamental ter acompanhamento médico durante todo o tratamento.
Os componentes tenofovir e entricitabina podem provocar efeitos colaterais, como dor de estômago ou perda de apetite, que geralmente passam no primeiro mês. Algumas pessoas podem, ainda, apresentar leve dor de cabeça ao tomar a medicação.
Onde conseguir tratamento
A PrEP pode ser obtida, de forma gratuita, em serviços de saúde e organizações da sociedade civil que promovem ações de assistência e prevenção contra Aids. Uma lista completa das instituições está disponível no site do Ministério da Saúde.