O Brasil tem a maior taxa de transmissão da covid-19, segundo resultados de uma nova pesquisa realizada por uma das universidades mais respeitadas do mundo, o Imperial College de Londres. O país apresentou taxa de R2,81: cada portador do vírus contamina outras três pessoas, em média.
Apesar de a estimativa ser alarmante, há uma subnotificação do número de vítimas fatais pela doença no país. Pesquisadores destacam que as mortes por causas respiratórias e os óbitos registrados em cartório se tornaram mais frequentes, indicando que as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde não refletem a realidade.
Países como Brasil e Estados Unidos ainda não conseguiram controlar a pandemia e não devem relaxar as medidas de quarentena. De acordo com o estudo, ambos podem registrar 5 mil óbitos na próxima semana.
Em média, cada brasileiro com covid-19 transmite a doença para outras três pessoas.Fonte: Sputnik Brasil/Reprodução
Diante da atual situação, o secretário estadual de saúde, Edmar Santos, anunciou nesta quarta-feira (29) que o Rio de Janeiro pode adotar lockdown caso a população continue furando a quarentena e a curva de casos de covid-19 aumente.
Segundo as projeções do estado para as próximas 2 semanas, 21 mil leitos de enfermaria e 7 mil de unidades de terapia intensiva (UTI) serão necessários. Contudo, a rede pública tem estrutura limitada de 3,4 mil leitos, o que poderia gerar deficit de 25 mil vagas nos hospitais.
Cenário mundial
Entre os 48 países analisados, 10 ocupam o grupo com a estimativa mais grave de mortes nos próximos 14 dias; 22 têm risco "relativamente baixo" de mortes, com estimativa de 100 novos óbitos em 7 dias. Nações que foram muito afetadas pela pandemia, como Itália e Espanha, já apresentam cenário mais otimista devido à manutenção das medidas de distanciamento social.
Além do Brasil e dos Estados Unidos, oito países ainda devem sofrer com o aumento de casos: Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia. Segundo a Universidade Johns Hopkins, até 29 de abril, mais de 3,1 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus e 227 mil morreram.
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