A sonda espacial Kepler, lançada em 2009, tinha como função procurar novos planetas habitáveis no Universo. Os dados eram verificados por algoritmos na Terra, mas um planeta passou batido pelas análises, tendo sido catalogado erroneamente. Agora, cientistas revisaram as informações e descobriram que ele é muito mais importante do que se havia imaginado. Trata-se de um planeta com tamanho semelhante ao da Terra e que orbita dentro da zona habitável de sua estrela – ainda é cedo, porém, para dizer que se trata da Terra 2.0.
O que torna o Kepler-1649c, como foi batizado, tão especial é o fato de ele ter apenas 1,06 o tamanho do nosso planeta. A quantidade de luz solar recebida é cerca de 75% da que nós recebemos do Sol. Assim, é possível especular que sua temperatura é bastante semelhante à nossa. Trata-se do exoplaneta mais potencialmente parecido à Terra, em tamanho e temperatura, que já foi encontrado. A única diferença é que o Kepler-1649c orbita uma estrela anã-vermelha, mais propensa a explosões que comprometem a possibilidade de vida em seu sistema.
Comparação entre os tamanhos da Terra e do Kepler-1649cFonte: NASA
Vale lembrar que a temperatura também é influenciada pela atmosfera de um planeta, e essa característica ainda é desconhecida sobre o recém-descoberto astro. Portanto, por mais que tudo indique uma semelhança muito grande à Terra, ainda é cedo para se ter certeza. Planetas rochosos orbitando a zona habitável de uma anã-vermelha costumam chamar a atenção dos astrobiólogos justamente pela possibilidade de terem condições favoráveis à vida. Além disso, como 70% das estrelas da Via Láctea são anãs-vermelhas, compreender seus sistemas é fundamental para grandes descobertas.
Por orbitar uma dessas estrelas, a órbita do Kepler-1649c é muito pequena: uma volta completa (o nosso ano) dura apenas 19,5 dias terrestres por lá. Outro planeta rochoso de mesmo tamanho está na metade da distância da estrela – condiação semelhante a Vênus, que está no meio do caminho entre o Sol e a Terra.
“Este mundo distante e intrigante nos dá uma esperança ainda maior de que uma segunda Terra esteja entre as estrelas, esperando para ser encontrada”, disse Thomas Zurbuchen, do Diretório de Missões Científicas da NASA. A sonda Kepler foi aposentada em 2018, tendo descoberto mais 1200 candidatos a planetas, mas apenas meia dúzia com tamanho parecido ao da Terra e dentro da zona habitável.
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