Pacientes com a covid-19 em estado grave estão apresentando uma melhora expressiva devido a uma técnica que começou a ser aplicada recentemente em hospitais norte-americanos: deitar de bruços.
Mesmo que pareça improvável que algo tão simples tenha efeitos tão benéficos, essa técnica se mostrou eficiente em grande parte das vezes em que foi utilizada. Como informa a CNN, este tratamento foi aplicado pela primeira vez em pacientes com covid-19 do Jewish Hospital, em Long Island.
O primeiro caso de sucesso aconteceu na última sexta-feira (10), após um paciente ser colocado de bruços por ordem do diretor regional de cuidados intensivos da Northwell Health, Mangala Narasimhan. O paciente, que iria para a UTI, teve uma melhora quase instantânea, e outros hospitais começaram a testar a técnica.
Segundo os médicos, essa técnica faz com que os níveis de oxigênio nos pulmões dos pacientes subam. No primeiro caso em que ela foi utilizada, por exemplo, os níveis de O2 no corpo do paciente saltaram de 85% para 98%.
Embasamento científico
A sugestão do médico Mangala Narasimhan foi baseada em um estudo francês sobre pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) publicado em 2013 no New England Journal of Medicine.
Na época, os pesquisadores descobriram que pacientes com SDRA que precisavam de respiradores pulmonares, tinham mais chances de sobreviver se ficassem de bruços. Após a divulgação do estudo, diversos hospitais norte-americanos passaram a utilizar essa técnica com pacientes de SDRA.
O fundamento lógico de sua aplicação no tratamento de pacientes com covid-19 se encontra no fato de que grande parte dos quadros clínicos evoluem para SDRA ou para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).
Apesar dos resultados positivos, a posição pode ser um tanto quanto desconfortável e até dolorosa para pacientes que já estão sofrendo com a doença. Além disso, essa técnica pode fazer com que pacientes da UTI fiquem mais tempo no tratamento intensivo, pela necessidade do uso de sedativos.
Agora, pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Rush, em Chicago, estão tentando descobrir a eficácia desse tratamento em pacientes com quadros clínicos menos graves.
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