Neste ano, os cientistas notaram um aumento no buraco da camada de ozônio localizada sobre o Ártico. Isso foi resultado de condições atmosféricas incomuns, que elevaram as temperaturas na estratosfera a níveis congelantes, causando o minifuro – não tão “mini” assim...
Normalmente, os buracos na camada de ozônio são registrados sobre a Antártida, chegando a tamanhos impressionantes. Nessa região, eles podem alcançar até 25 milhões de quilômetros quadrados. Sobre o Polo Norte, porém, são poucos os furos que ocorrem, e o atual, visto nas últimas semanas, tem 1 milhão de quilômetros quadrados – bem inferior aos do Polo Sul, mas, ainda assim, muito maior do que os que aparecem nessa área.
Para o surgimento de um buraco na camada de ozônio, é preciso que as temperaturas estejam inferiores a - 80 °C, algo que nem sempre ocorre no Ártico. Porém, em 2020, fortes ventos que circundam o Polo Norte fizeram o ar frio frio ficar preso no local, em um fenômeno chamado vórtice polar. Quando o inverno na região começou a se afastar, dando espaço para os raios solares, essa incidência causou o buraco no ozônio.
A expectativa é que esse miniburaco feche naturalmente ainda no mês de abril, de acordo com cientistas do Centro Aeroespacial Alemão, que fizeram a descoberta utilizando um instrumento chamado Tropomi, instalado no satélite Copernicus Sentinel-5P. “As medições totais de ozônio da Tropomi estão ampliando a capacidade da Europa de monitoramento continuamente do ozônio desde 1995. E não havíamos testemunhado uma formação desse tamanho sobre o Ártico”, explica Claus Zehner, da Agência Espacial Europeia (ESA).
Essas medições da camada de ozônio mostraram, em dados de 2018, que os buracos estão diminuindo em todo o planeta à taxa de 1% a 3% por década. Se continuar nesse ritmo, os localizados no Hemisfério Norte devem se fechar em 2030, os do Hemisfério Sul em 2050 e os sobre as regiões polares em 2060.
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