Um estudo publicado pela US Oncology, empresa norte-americana dedicada ao atendimento avançado e integrado ao câncer, revelou nesta semana uma descoberta que pode alterar o rumo mundial do combate à doença. Pesquisadores da instituição desenvolveram um teste de sangue capaz de detectar precocemente mais de 50 tipos de câncer — inclusive os mais mortais.
O diagnóstico, quando realizado em estágios iniciais, aumenta as chances de o paciente se recuperar totalmente, o que, infelizmente, não é uma realidade para casos como os de câncer pancreático, normalmente descoberto já em estágios mais avançados. Pensando nisso, Michael Seiden e sua equipe exploraram uma nova técnica de sequenciamento de DNA liberado por células na corrente sanguínea.
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Após analisarem milhares de amostras de sangue, aplicando a chamada "biópsia líquida", os cientistas atingiram níveis altos de acurácia para detectar 12 tipos de câncer particularmente perigosos, muitas vezes antes de qualquer sintoma se manifestar.
"Nosso trabalho anterior indicou que os testes baseados em metilação superam as abordagens tradicionais de sequenciamento de DNA para detectar múltiplas formas de câncer em amostras de sangue", disse Geoffrey Oxnard, coautor do estudo. Segundo ele, os resultados alcançados sugerem uma maneira nova e viável de rastreamento de pessoas acometidas por uma variedade de enfermidades oncológicas.
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99,3% de certeza — e esperança
No estudo, os pesquisadores se dedicaram a analisar o DNA livre de células, liberado na corrente sanguínea após a morte tanto de células normais quanto cancerígenas, em 6.689 amostras de sangue, incluindo 2.482 de pacientes diagnosticados com a doença e 4.207 de pessoas saudáveis. Uma técnica de machine learning foi utilizada para auxiliar no processo.
As amostras doentes incluíam variações de câncer, como de mama, colorretal, de esôfago, vesícula biliar, bexiga, gástrico, de ovário, cabeça e pescoço, pulmão, leucemia linfoide, mieloma múltiplo e câncer de pâncreas, e a taxa de sucesso da abordagem chegou a 99,3%. Oscilações de acordo com o avanço e o tipo da doença foram reconhecidas, mas, ainda assim, trata-se de um grande passo na luta contra esse problema que pode atingir mais de 13 milhões de crianças até 2050.
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"Nossos resultados mostram que esse tipo de detecção se aplica a uma ampla gama de tipos de câncer em praticamente qualquer estágio da doença, com especificidade e sensibilidade próximas ao nível necessário para a triagem em nível populacional", observou Oxnard.
Quanto à necessidade de alta taxa de detecção e aprimoramento de técnicas, o cientista explica que "Especificidade é extremamente importante porque não queremos alarmar pessoas que, na verdade, estão saudáveis".
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