Se hoje em dia você não dispensa peixes, mariscos e demais frutos do mar, saiba que esse é um hábito que vem de muito antigamente: indício apontam que os neandertais, nossos “primos evolutivos” também tinham essa prática. Nova evidências foram encontradas em sítios arqueológicos que datam de 86 mil a 106 mil anos atrás, mostrando que os esses hominídeos primitivos também tinham o mar como fonte de provisão.
A descoberta foi feita em na Gruta Figueira Brava, perto de Setúbal, no sul de Portugal. Pesquisadores da Universidade de Barcelona conseguiram determinar que até 50% da dieta dos neandertais consistia do que eles coletavam do mar, como mexilhões, caranguejos, peixes, tubarões, enguias, golfinhos e focas. A outra metade tinha origem na caça de animais terrestres, como veados, cabras, cavalos e tartarugas.
Gruta da Figueira BravaFonte: Orlando Pinto
Já os primeiros indícios que os nossos antepassados diretos se alimentavam do mar são de 160 mil anos atrás, encontrados no sul da África. Pesquisadores acreditam que o ácido graxo existente nos frutos do mar foi um ótimo estimulante cerebral e cognitivo dos primeiros Homo sapiens. Isso fez ele se desenvolver mais rapidamente do que outros hominídeos da época, como os neandertais e os denisovanos.
A nova descoberta também aponta que os neandertais de Portugal tinham um comportamento sistemático e organizado, semelhante ao dos humanos da Idade da Pedra, na África. Eles tinham um padrão de acúmulo e organização de conchas, chegando ao ponto de serem enterradas com elas. A criação de algumas estruturas monumentais mostra que o grupo de neandertais criou um significado para os restos do que o mar lhe fornecia.
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