Um time de astrônomos lançou mão do Observatório de Raios-X Chandra – Chandra X-Ray Observatory no idioma original – da NASA na busca de evidências para provar a Teoria das Cordas. Como? Bem, os cientistas “miraram” o equipamento para o aglomerado galáctico de Perseu, uma das maiores estruturas do cosmos onde existem milhares de galáxias em uma colossal nuvem de gás cósmico. E o que os pesquisadores esperavam encontrar nesse amontoado de estrelas? Uma partícula hipotética (prevista pela Teoria, mas jamais observada) conhecida como áxion.
Agulha em um palheiro?
Segundo os físicos teóricos, a Teoria das Cordas ajudaria a unificar a Física clássica, a que trata das questões macro que regem o Universo, com a Quântica, que foca nas Leis que se aplicam às questões micro, ou seja, às das partículas subatômicas que permeiam o cosmos. Isso porque as 2 não “conversam” muito bem, e a Teoria das Cordas, ao se apoiar na ideia de que todas as forças, partículas e interações estariam conectadas entre si ajudaria a unificar as duas.
Os áxions são previstos na Teoria das Cordas e observá-los na prática ajudaria a provar a que passaria a ser a Teoria de Tudo. Eles consistiriam em partículas com massa incrivelmente baixa – estimada em ter entre um milionésimo da massa de um elétron e massa zero – que, dependendo das condições, poderiam se converter em fótons ao atravessar campos magnéticos. Aliás, segundo acreditam os teóricos, os fótons também seriam capazes de se transformar em áxions e, justamente por conta dessas características e da existência dos campos magnéticos entre as galáxias, os grandes aglomerados seriam bons locais onde buscá-los.
Aglomerado de PerseuFonte: NASA / CXC / Cambridge University / C.S. Reynolds
No caso específico do aglomerado de Perseu, os astrônomos conduziram observações com o Chandra para estudar as emissões de radiação produzidas pelo material atraído – e “engolido” – pelo buraco negro supermassivo que existe no centro dessa região do espaço. Além disso, a existência de fortes campos magnéticos naquele local poderia propiciar a conversão de fótons em áxions e as emissões de raios-X poderiam facilitar a sua detecção.
Infelizmente, não foi desta vez que as tais partículas foram identificadas, mas as observações tampouco serviram para eliminar a possibilidade de que elas estejam por aí e venham a ser detectadas um dia. Pode ser, por exemplo, que o observatório espacial simplesmente não seja capaz de registrar a conversão das partículas e que esse processo possa ser identificado por um equipamento mais sensível ou, ainda, que sua massa seja mais elevada do que se supõe. Ademais, o fato de a existência dos áxions não ter sido confirmada ainda pode ajudar os físicos a refinarem a Teoria das Cordas.
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