Estatísticas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram a real letalidade do novo coronavírus. Em comparação com a crise do vírus H1N1, a chamada "gripe suína", a covid-19 se mostrou mais perigosa, com uma curva exponencial de óbitos contabilizados internacionalmente.
Muitos devem se lembrar da pandemia da gripe A, a popularmente conhecida como "gripe suína". Ela começou em 11 de junho de 2009 e teve fim mais de 1 ano depois, no dia 10 de agosto de 2010. Contudo, mesmo antes da declaração da OMS sobre o estado pandêmico, o vírus influenza já fazia vítimas em vários países.
Ao longo de 18 meses, o H1N1 matou 18.449 pessoas pelo mundo — destas, 2.160 eram brasileiras. Enquanto isso, o novo coronavírus já causou 19.677 óbitos em apenas 3 meses, partindo da data da sua descoberta: 31 de dezembro de 2019.
Porcentagem de mortos por covid-19, H1N1 e SARS dividida por dias.Fonte: El País
Segundo cientistas, essa letalidade e a velocidade do contágio se dão por características inéditas do vírus causador da covid-19. A familiaridade do ser humano com o H1N1 conteve boa parte da sua disseminação; e muitos contaminados apresentaram sintomas leves, logo desenvolvendo imunidade contra o agente infeccioso.
Ao se falar de números, o novo coronavírus tem número reprodutivo entre 2 e 3. Portanto, uma pessoa infectada deve levar o agente infeccioso para mais 2 ou 3 pessoas ao longo do período de contaminação. Em 2009, o H1N1 número reprodutivo de 1,5 e se tornou pandemia rapidamente. Sendo assim, o Sars-CoV-2 é assustadoramente mais contagioso.
Entretanto, é provável que o índice de letalidade diminua significativamente ao longo do período da pandemia de covid-19. Ao passo que a doença é disseminada e mais pessoas são contaminadas com o vírus e apresentem sintomas leves ou nulos, a relação entre a quantidade de mortos e a de contaminados deve diminuir.
Mas não podemos nos animar tanto. Embora o índice de letalidade diminua ao longo dos dias, a covid-19 é uma doença mais mortal que a gripe comum — e a gripe suína — e ainda deve fazer mais vítimas pelo mundo. Vale salientar que ainda não há vacina nem tratamento eficiente contra os sintomas ou a própria covid-19. Além disso, há uma enorme parcela da sociedade incluída no grupo de risco.
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