Segundo uma pesquisa do London School of Tropical Medicine, no Reino Unido, o Brasil já poderia ter mais de 17 mil casos de covid-19, muito além dos 1.891 registrados oficialmente pelo Ministério da Saúde em 23 de março.
Isso porque apenas pessoas que se deslocam a hospitais estão sendo testadas para a presença do coronavírus. Dessa maneira, um modelo matemático dessa instituição prevê que apenas 11% dos casos reais da infeção são conhecidos e rastreados pelas autoridades brasileiras.
Esse baixo número é consequência, especialmente, do fato de cerca de 80% dos casos de covid-19 serem praticamente assintomáticos ou causarem sintomas muito leves nos infectados. Dessa forma, essas pessoas não se deslocam a hospitais — que inclusive é a ação correta segundo o Ministério da Saúde —, e isso distorce as estatísticas reais da doença.
Mapa global de covid-19 com dados levantados pelo Bing. (Fonte: Microsoft Bing/Reprodução)
O mesmo modelo matemático analisou a situação de outros países que também sofrem com o surto do coronavírus. Coreia do Sul e Alemanha, que testaram intensivamente mesmo os cidadãos assintomáticos, têm índices de detecção muito melhores. O país asiático supostamente conhece 88% de todos os casos de covid-19 dentro de suas fronteiras, enquanto o europeu chega a 75%.
Entretanto, há cenários bem mais complicados que o nosso. A Itália, que enfrenta a pior da fase da epidemia neste momento, conhece apenas 4,6% dos casos reais da doença, de acordo com o modelo. Na Espanha, onde a situação também é muito grave, são 5,3%.
A França chega a 9,2% nessa conta, enquanto a Bélgica bate 12%, ambos bem próximos do índice de conhecimento da infecção no Brasil.
Atualização 24/03/20 - 15h40: a página da fonte original dessa informação saiu do ar. Estamos confirmando os dados dessa notícia com os pesquisadores responsáveis e a atualizaremos caso sejam necessárias correções.
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