O medo do degelo acelerado e aumento do nível dos mares ganhou mais um capítulo: segundo a NASA, o processo está 6 vezes mais rápido do que nos anos 1990. As medições foram feitas por 12 satélites, que monitoraram as regiões da Antártica e da Groenlândia. Se continuar nesse ritmo, a pior previsão do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) irá se concretizar, com estimativa de aumento dos mares em 17 cm até 2100.
A pesquisa foi tocada por 89 cientistas de 50 organizações internacionais diferentes. De acordo com as medições, Antártica e Groenlândia juntas perderam 475 bilhões de toneladas de gelo por ano durante a década de 2010 – um salto gigantesco em comparação aos 81 bilhões anuais dos anos 1990. Somado tudo o que já perdeu, desde o começo das medições há 3 décadas, ambas as regiões diminuíram em 6,4 trilhões de toneladas de gelo, fazendo o nível do mar aumentar em 17,8 mm.
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Água mais quente dos oceanos contribui para derretimento da camada de geloFonte: Pixabay
“Embora simulações em computador nos permitam fazer projeções a partir de cenários de mudanças climáticas, as medições por satélite fornecem evidências prima facie bastante irrefutáveis”, explica Erik Ivins, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, um dos líderes das pesquisas.
Os principais motivos para o degelo foram o oceano mais quente em contato direto com as geleiras da Antártica e a alta temperatura, que causa derretimento na superfície da camada de gelo. “Cada centímetro da elevação do nível do mar leva a inundações costeiras e erosão costeira, interrompendo a vida das pessoas em todo o planeta”, disse Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, o outro autor do estudo.
O pior ano da última década foi 2010, quando 552 bilhões de toneladas de gelo derreteram na duas regiões. Porém, as altas temperaturas registradas e os intensos degelos registrados na Groenlândia, no ano passado, podem fazer de 2019 o novo recordista, mas os estudos ainda precisam ser finalizados.
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