Um homem portador do HIV, conhecido como “paciente de Londres”, está curado da doença, após ser submetido a um transplante de células-tronco, tornando-se o segundo caso de cura da Aids no mundo. A revelação foi publicada na revista The Lancet HIV, nesta terça-feira (10).
Conforme os pesquisadores, o paciente diagnosticado soropositivo em 2003 está sem apresentar sinais do vírus há 30 meses. Assim como no primeiro caso de cura da Aids, em 2011, que ficou conhecido como “paciente de Berlim”, ele passou por transplante de medula óssea para tratar câncer de sangue e recebeu células-tronco de portadores de uma condição genética rara que não deixa o vírus se estabelecer.
Em março do ano passado, o professor da Universidade de Cambridge Ravindra Gupta já havia informado que ele não tinha sinais da doença há 18 meses. Na época, o pesquisador ainda não falava em cura. Mas agora, um ano depois, os resultados dos últimos testes com amostras de sangue, tecido e esperma do paciente permitiram dar este passo.
Segundo Gupta, é possível falar que os resultados representam uma cura do HIV, já que todos os vestígios do vírus conhecido por infectar bilhões de células foram eliminados do organismo do paciente.
Utilização em outros pacientes
O procedimento usado no paciente de Londres, chamado Adam Castillejo, que teve a identidade revelada em uma entrevista ao The New York Times na última segunda-feira (9), já foi replicado em outros portadores do vírus.
A expectativa dos pesquisadores é de que novos casos de sucesso sejam relatados, mas até o momento não há nenhum deles em remissão, de acordo com o professor. Ele comentou ainda que apesar de o método usado ser pesado e arriscado, é importante para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.
Nos próximos meses, Castillejo continuará a ser monitorado para verificar se o vírus reapareceu.
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