O mundo ficou alarmado com os intensos incêndios que assolaram a Austrália entre o final de 2019 e o começo de 2020. Agora, um relatório da World Weather Attribution (WWA) analisou os impactos do aquecimento global nesse fenômeno e mostrou que, apesar de recorrentes, os incêndios deste ano tiveram contribuição das mudanças climáticas – muitas delas aceleradas pela ação humana.
Incêndios na Austrália são frequentes e ajudaram a moldar a paisagem do país ao longo dos séculos. Porém, os deste ano foram sem precedentes e iniciaram antes do normal. Segundo a WWA, que reúne pesquisadores de universidades da Austrália, da Europa e dos EUA, a alta emissão de carbono contribui para a catástrofe, que deixou ao menos 34 mortes e destruiu 46 milhões de hectares de terra. Estima-se que mais de 1 bilhão de animais sucumbiram às chamas, com ao menos 100 espécies se aproximando da extinção.
Foram analisados 11 modelos climáticos, com dados que remetem desde o ano 1850. A emissão de carbono contribuiu para a seca extrema e para o excesso de calor, que culminou em gigantescos incêndios no sudeste do país. O calor extremo foi duas vezes maior, resultado das mudanças climáticas. Isso fez o risco de incêndio aumentar em 30% nesta temporada, que se tornou a mais infernal já registrada.
Também foi previsto o que aconteceria se o calor do mundo aumentasse em 2 graus Celsius. O resultado seria de incêndios 4 vezes maiores do que os deste ano, em uma catástrofe difícil de ser imaginada devido à sua magnitude.
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