Colisão galáctica pode estar por trás de deformação da Via Láctea

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Segundo indicam observações conduzidas pelo telescópio espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia, a distorção presente nas extremidades do disco que compõe a Via Láctea é resultado da colisão com uma galáxia vizinha – encontrão esse que inclusive pode ter ocorrido mais de uma vez ao longo do passado turbulento do nosso endereço no cosmos.

(Fonte: University of Sydney / Reprodução)

Torção

Já faz tempo que os cientistas sabem que, ao contrário da maioria das galáxias em espiral barradas, a Via Láctea não é plana – nem muito menos uniforme. Também faz algum tempo que circulam teorias de que a razão de o nosso lar galáctico ser meio “tortinho” e contar com anomalias em suas extremidades que variam de direção com o tempo seria o choque com uma galáxia-satélite que se encontra em nossas imediações.

(Fonte: Wikimedia Commons / ESA / Gaia / DPAC / Reprodução)

Agora, segundo um estudo apresentado por astrônomos do Instituto Italiano para a Astrofísica de Turin, na Itália, feito com base em observações realizadas pelo Gaia, as evidências apontam que a deformação – que faz com uma das laterais da Via Láctea pareça apontar para cima, enquanto a outra fica orientada para baixo – não só foi causada por uma colisão galáctica, como a trombada ainda está se desenrolando e certamente terminará com a nossa galáxia “engolindo” a vizinha. E que evidências são essas?

Os pesquisadores italianos examinaram dados coletados pelo telescópio espacial – cuja principal missão é a de realizar o mapeamento estelar da Via Láctea – e avaliaram a forma como 12 milhões de estrelas gigantes se movimentam pela galáxia. A partir daí, os astrônomos conseguiram criar modelos e fazer estimativas sobre a velocidade com a qual as extremidades da Via Láctea estão se torcendo, uma vez que a distorção oscila com o tempo, tal como ocorreria com um disco mal colocado em uma vitrola.

Ainda segundo os cálculos dos cientistas, a distorção deve levar entre 600 milhões e 700 milhões de anos para completar uma volta ao redor do centro da galáxia – o que significa que a distorção provocada pela colisão “bamboleia” como se estivesse em câmera super (mega) lenta. Isso porque as estrelas que povoam a Via Láctea levam muito menos tempo para completar uma órbita em torno da galáxia, incluindo o nosso Sol, obviamente, que demora cerca de 230 milhões de anos para percorrer o trajeto.

Com relação à galáxia envolvida na colisão, uma suspeita é a de que se trate de Sagitário – ou “Galáxia Anã Elíptica de Sagitário”, como é conhecida formalmente. Aliás, devido à sua proximidade com a Via Láctea, os astrônomos não descartam a possibilidade de que outros esbarrões e encontrões entre ambas galáxias tenham ocorrido no passado –, mas essas hipóteses ainda precisam ser melhor estudadas e serão necessários muitos estudos, modelos e observações para prová-las.

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