Um médico da cidade de Wuhan, onde se originou o surto do coronavírus, foi uma das primeiras pessoas a comentar sobre a possibilidade de uma nova epidemia que estava surgindo, no final de dezembro passado. No entanto, ele foi impedido pelo governo chinês de continuar a espalhar o alerta.
De acordo com a CNN, o oftalmologista Li Wenliang enviou uma mensagem por meio do aplicativo WeChat para um grupo de amigos comentando que pacientes em quarentena no hospital onde ele trabalhava haviam sido diagnosticados com uma doença parecida à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que matou centenas de pessoas no início dos anos 2000.
Ele queria pedir aos amigos para usar equipamentos de proteção, mas as suas mensagens acabaram viralizando nas redes sociais e chegando às autoridades chinesas. Poucos dias depois, Wenliang foi repreendido por policiais, sendo acusado de espalhar boatos que causaram distúrbios à ordem social, e obrigado a assinar um documento se comprometendo a não mais divulgar detalhes sobre o caso.
Na época, o governo acreditava que o vírus era transmitido por animais e não havia nenhuma orientação para se proteger. Alguns dias depois, pesquisadores descobriram que se tratava de um novo tipo de coronavírus e as autoridades acabaram admitindo o erro nas medidas para tentar evitar o avanço da doença.
Infectado pelo vírus
Em 10 de janeiro, Wenliang começou a apresentar sintomas da doença após tratar uma paciente infectada. Ele acabou indo parar na unidade de terapia intensiva de um hospital, necessitando de aparelhos para respirar. No último sábado (1º), foi diagnosticado com o coronavírus, conforme a CNN.
Toda a história do médico chinês foi contada na rede social Weibo, onde ele recebeu milhares de manifestações positivas de outros usuários, alguns o tratando até como herói.
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