Uma cientista britânica apresentou uma teoria que poderia finalmente explicar um dos maiores mistérios do Universo: a natureza da energia escura – um tipo de força que, embora componha quase 70% de todo o cosmos, possivelmente esteja por trás de sua expansão estar acelerando (em vez de diminuindo, como previsto pelas Leis da Física) e cuja existência pode ser medida indiretamente, possui origem desconhecida e não pode ser observada.
A proposta da pesquisadora foi construída com bases bastante sólidas e impressionou muita gente – tanto que ela recebeu uma generosa contribuição para prosseguir com seus estudos, o que seria muito, muito bacana. O problema? Para que a proposta da britânica funcione, seria necessário modificar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, e as ideias do gênio são meio que intocáveis, né?
Solucionando paradoxos
A nova teoria vem sendo desenvolvida por Claudia de Rham, do Colégio Imperial de Londres, na Inglaterra, e, de momento, foi batizada com o nome de Gravidade Massiva. Mas, para entender a proposta da pesquisadora, primeiro precisamos revisitar alguns conceitos. Como você deve saber, o consenso atual entre os cientistas é o de que o Universo teve origem com um evento que ficou conhecido como Big Bang.
Esse fenômeno teria ocorrido há mais de 13 bilhões de anos, quando, a partir da singularidade espaço-tempo, teve início uma grande expansão – que fez com que partículas começassem a se propagar em todas as direções. Com o tempo, essas partículas acabaram dando origem aos átomos que, por sua vez, originaram moléculas, que permitiram a formação de pequenos fragmentos que, ao colidir uns com os outros, foram se agregando até formar estrelas, planetas e, basicamente, tudo o que existe.
Pois esses objetos todos, segundo a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, possuem gravidade – afinal, foi por causa dela que eles se formaram! – e, sendo assim, deveriam exercer uma força que deveria “frear” o ritmo de expansão do Universo e reduzir a velocidade com a qual ela acontece. No entanto, as observações demonstraram que, ao invés disso, o cosmos está se expandindo cada vez mais depressa.
Mistério universal
Os físicos atribuem a aceleração da expansão do Universo a uma força invisível e misteriosa – sim, ela mesma, a energia escura –, e a grande dificuldade é que, embora o seu efeito possa ser medido, ninguém conseguiu encontrar uma explicação para a sua natureza e origem. Além disso, a própria força da gravidade é um conceito meio nebuloso e, segundo Einstein, ela seria resultado da ação de partículas hipotéticas desprovidas de massa chamadas Grávitons.
Pois, na teoria desenvolvida por Claudia de Rham, essas partículas elementares teriam um pouco de massa, sim, e, desta forma, em vez de os cientistas terem que colocar a “energia escura” na equação para explicar o comportamento do Universo, a gravidade exercida pelos grávitons entraria na conta, dispensando a necessidade de incluir a força misteriosa. E como é que Rham fará para demonstrar que a sua proposta está correta – e, com isso, alterar a de Einstein?
A cientista explicou que com os enormes avanços na área da astronomia das ondas gravitacionais, é possível que ela e sua equipe consigam realizar experimentos para testar sua teoria dentro de alguns anos. E com os investimentos que esse campo de pesquisas vem recebendo e com o apoio financeiro que Claudia está conseguindo conquistar para seguir com seus estudos, pode que ela encontre as respostas para o mistério da existência (ou inexistência) da energia escura.
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