A missão do telescópio espacial Spitzer chegou ao fim na última quinta-feira (30), quando os engenheiros da NASA o colocaram em modo de segurança, interrompendo todas as operações científicas realizadas por ele.
Lançado em 2003, o dispositivo fez parte do grupo de quatro telescópios espaciais operados pela agência espacial americana, juntamente com o Hubble, o observatório de raios x Chandra e o Compton, que tem a função de observar raios gama.
Entre diversas contribuições para a ciência, a sonda descomissionada estudou asteroides e cometas, descobriu um anel não identificado ao redor de Saturno, estudou a evolução das galáxias do universo antigo até hoje, a formação de planetas e estrelas e a composição da poeira interestelar.
Mas o trabalho mais conhecido realizado pelo Spitzer certamente foi a descoberta de 7 exoplanetas do tamanho da Terra no sistema TRAPPIST-1, localizado a 39,6 anos-luz do nosso sistema solar, orbitando uma única estrela. Isso permitiu que os cientistas aprendessem sobre a densidade e a massa deles. Estudos posteriores sugerem que alguns deles podem ser até habitáveis.
Missão prolongada
Projetado inicialmente para coletar dados do espaço por 2 anos e meio a 5 anos, o equipamento acabou trabalhando muito mais tempo do que o esperado. Ele não foi desativado nem mesmo quando, em 2009, o suprimento de gás hélio para operar 2 de seus instrumentos se esgotou — a substância é essencial para mantê-lo resfriado, evitando que o calor emitido por ele atrapalhe o trabalho.
Mesmo descomissionada, a sonda ainda pode contribuir para futuras descobertas, uma vez que todo o seu arquivo de observações espaciais será disponibilizado a quem quiser acessá-lo.
O Spitzer será substituído pelo telescópio James Webb, cujo lançamento está previsto para acontecer em 30 de março de 2021.
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