Cientistas do Instituto de Pesquisa em Saúde da População (PHRI), que faz parte da Universidade McMaster, e da rede hospitalar Hamilton Health Sciences, ambos do Canadá, divulgaram um novo estudo sobre o consumo de ovos. As conclusões são de que o alimento, se consumido até 1 unidade por dia, não oferece riscos à saúde, nem mesmo para pessoas com histórico de doenças cardíacas na família ou algum quadro diagnosticado.
Isso contraria convenções anteriores de que o ideal seria ingerir no máximo 3 ovos por semana, devido a preocupações de que o consumo excessivo aumentaria o risco de doenças cardíacas. Através da análise de dados de 3 grandes estudos multinacionais, a equipe liderada pela cientista Mashid Dehghan concluiu que as pesquisas anteriores eram contraditórias, já que não envolviam indivíduos de diferentes países e tinham uma amostragem muito pequena.
A nova pesquisa usou dados que somavam 146.011 pessoas do estudo PURE (The Prospective Urban Rural Epidemiology), além de outras 31.544 pessoas com doenças cardíacas dos estudos ONTARGET e TRANSCEND. Com isso, foi possível criar uma amostragem de 50 países, em 6 continentes, durante um longo período de tempo e com todas as faixas etárias e classes socioeconômicas, permitindo conclusões muito mais assertivas.
Os pesquisadores chegaram ao diagnóstico de que comer até 1 ovo por dia não oferece risco ao sistema cardiovascular. Além disso, os estudos mostraram que a maioria das pessoas nem sequer chega a ingerir essa quantidade diária, por isso deveriam se preocupar menos com os supostos efeitos malignos do excesso de ovo, mesmo para quem apresenta problemas cardíacos ou histórico familiar de derrames e infartos.