Em 2017, astrônomos identificaram o exoplaneta KELT-9b distante aproximadamente 670 anos-luz da Terra. Exoplanetas, em resumo, são planetas que orbitam uma estrela que não seja Sol. Desde então, esse é considerado o planeta mais quente já identificado.
Evidentemente, o KELT-9b despertou a curiosidade de diversos cientistas ao redor do mundo. Por apresentar um ambiente de condições extremas, esse planeta não suporta vida — pelo menos, não na forma que conhecemos. Apesar disso, estudos sobre suas características podem ser muito úteis para a ciência.
Recentes observações feitas a partir do telescópio Spitzer revelaram quais interferências as altas temperaturas têm sobre sua atmosfera. O telescópio observou o planeta enquanto media a temperatura das suas duas faces. Para fins de comparação, um ano lá é apenas 1,5 dias na Terra.
Com base nos dados coletados, astrônomos concluíram que moléculas presentes na face iluminada do planeta são constantemente destruídas. Nem mesmo as moléculas de hidrogênio — mais simples e menores do que quaisquer outras — ficam a salvo.
Isso porque a órbita do KELT-9b é muito próxima à sua estrela e, temperaturas muito elevadas são capazes de dissociar moléculas. No entanto, quando anoitece na face anteriormente iluminada, as temperaturas ficam 50% mais baixas.
Essa mudança abrupta permite que as moléculas se reconstruam. O resultado é um ciclo infinito de fissão e reconstrução de moléculas à medida que KELT-9b orbita sua estrela.
Astrônomos ainda estão pesquisando sobre demais características do misterioso planeta, como a localização de “seu ponto quente” — que ainda não foi encontrado. Afinal, essas condições extremas e seus efeitos podem revelar informações de grande importância para a comunidade científica.
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