Desde que debutou em sua missão de ajudar os astrônomos a identificarem mundos em sistemas planetários distantes, o telescópio espacial Kepler, da NASA, detectou milhares de candidatos – dos quais, mais de 2,3 mil já foram confirmados como sendo exoplanetas. Entretanto, recentemente, o equipamento flagrou algo no mínimo inusitado: um caso do que podemos chamar de “vampirismo estelar”.
Estrela-vampira
De acordo com Mike Wehmer, do site BGR, o telescópio espacial realizou observações de um sistema binário formado por uma anã branca e uma anã marrom – esta segunda bem menor do que a sua companheira. Ambos os astros se encontram incrivelmente próximos um do outro, a uma distância de meros 400 mil quilômetros, o que, em termos cósmicos, não é nada, tanto que a pequenina marrom leva somente 83 minutos para completar uma órbita ao redor da branca.
Mas não é só isso... Conforme a menor das duas estrelas “dança” ao redor da outra, a maior vai sugando a sua “vida” – pouco a pouco, como se fosse uma vampira. Segundo Mike, as observações do Kepler também indicaram que a anã branca não é muito “asseada”, uma vez que o material que não é absorvido por ela forma espirais em torno da dupla, criando um disco de acreção.
Essa estrutura, por sua vez, normalmente funciona como uma “maternidade” para novos planetas. Contudo, pensando cá com os nossos botões, considerando o apetite da anã branca por material estelar, pode que a formação de mundos ao redor do sistema binário seja prejudicada. Ainda assim – e trocadilhos a parte –, o flagra de Kepler não deixa de ser algo bastante interessante para os astrônomos observarem e aprenderem mais sobre as esquisitices do cosmos.
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