Quase duas décadas depois do lançamento da sonda Ulysses, chegou a vez de a Solar Orbiter (uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Europeia/ESA) seguir sua antecessora – mas, dessa vez, enviar à Terra as primeiras imagens dos polos da estrela.
Se tudo der certo, a sonda será lançada no próximo dia 7 de fevereiro de Cabo Canaveral, na Flórida, às 23h15 (no Brasil, já será 1h do dia 8). A Solar Orbiter vai usar a gravidade de Vênus e da Terra para, em um movimento de estilingue, sair do plano da órbita dos planetas, alinhado ao equador do Sol.
"Desse jeito, olharemos o sol de cima”, explicou um dos participantes da missão, o astrofísico da NASA Russell Howard. Seu colega, o cientista da ESA Daniel Müller, completa: "Estaremos em terreno desconhecido. Isso é, em essência, ciência exploratória."
Estudar o campo magnético emitido pela estrela é uma das principais missões: ele se estende muito além de Plutão, lançando para fora do sistema planetário partículas solares carregadas. Conhecidas como vento solar, são responsáveis por interferir em satélites em órbita da Terra e até mesmo ameaçar a vida de astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS).
Perguntas por responder
Segundo a diretora da Divisão de Ciências Heliofísicas da NASA, Holly Gilbert, a missão "vai ajudar a desenvolvermos um modelo preciso do campo magnético do Sol e, com isso, prever eventos climáticos com mais rigor. Sabemos, por exemplo, que a quantidade de manchas solares, responsáveis pelo vento solar, aumenta e diminui em ciclos de onze anos, mas não o porquê."
Essa pergunta não foi respondida pela sonda Ulysses, lançada em 1990. Quatro anos depois, ela alcançou o polo sul do Sol e enviou à NASA e à ESA informações até 2009, quando, com os sistemas de comunicação falhando e quase sem energia, deixou de fazer contato em 30 de junho de 2009. Agora, é a vez de a Solar Orbiter continuar o seu trabalho.
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