Você sabe o que difere uma galáxia ativa de uma que está à beira da morte? Pois é, essas gigantescas estruturas também possuem um ciclo de vida e, um dia, ao longo de bilhões de anos de existência, começam a desvanecer e morrem. Pois, observar como esse processo se dá pode ajudar os cientistas a compreenderem não só as diferentes etapas pelas quais as galáxias passam desde a sua formação até o seu fim, como permite que eles aprendam mais sobre a Via Láctea e possam prever o que ocorrerá com o nosso endereço galáctico em um futuro (tomara que) distante.
Ciclo de vida
Segundo James Maynard, do site Medium, para determinar se uma galáxia já se encontra no de fim de seus dias, os astrônomos avaliam com qual ritmo a formação de novas estrelas acontece. Obviamente, se o nascimento de novos astros se dá de maneira bastante frequente, isso é sinal de que a galáxia em questão se encontra bem viva e ativa. Porém, se a produção de novas estrelas apresenta declínio, isso significa que a galáxia pode estar com um “pezinho na cova” – e quando o ela cessa e a única coisa que a galáxia abriga são estrelas mortas, ela basicamente se converte em um "cemitério cósmico".
Essa diferenciação ajuda os astrônomos a estudarem galáxias Universo afora e, no caso das galáxias moribundas, especificamente, ainda que elas apresentem pouca atividade não sejam tão brilhantes quanto as galáxias mais jovens e produtivas, essas estruturas cintilam no cosmos e são excelentes alvos para estudos.
Esse é o caso da galáxia mais distante e em processo de falecimento já descoberta – uma estrutura que se formou há inimagináveis 12 bilhões de anos, ou seja, apenas 1,5 bilhão de anos após o Big Bang. E essa “anciã” não é simplesmente incrivelmente velha, senão que também é gigantesca, abrigando perto de 1 trilhão de estrelas. Só para você ter ideia, a Via Láctea conta com um número estimado entre 150 bilhões e 250 bilhões delas apenas.
O curioso, no entanto, é que, de acordo com James, conforme indicaram as observações que os astrônomos conduziram do núcleo da “galáxia-Matusalém”, ela começou a morrer assim que concluiu seu processo de formação – e ninguém sabe dizer o que, exatamente, desencadeou o fenômeno, especialmente considerando a quantidade de matéria contida nela.
Aqui na Via Láctea, o nascimento de novas estrelas continua de vento em popa, com astros-bebês pipocando por toda a galáxia. Mas entender a razão de essas estruturas entrarem em declínio e morrerem, bem como quais são os gatilhos que desencadeiam esse processo, é justamente um dos objetivos dos astrônomos vasculhando o Universo em busca de respostas.
Uma possibilidade é que os buracos negros supermassivos que se encontram nos centros das galáxias possam estar envolvidos – e com os avanços tecnológicos e a construção de telescópios espaciais mais potentes e modernos, como o James Webb, com lançamento previsto para o ano que vem, pode que os astrônomos consigam desvendar alguns mistérios por trás das mortes galácticas.
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